São Paulo, sábado, 06 de novembro de 2010

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PMs são presos por suspeita de homicídios

Um oficial e três soldados do 50º Batalhão são acusados de sequestrar e matar dois amigos na zona sul de SP

Sangue de uma das vítimas foi encontrado no carro da PM usado pelos policiais quando amigos desapareceram

ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

A Justiça determinou ontem a prisão temporária -por 30 dias- de quatro policiais militares que, segundo a Corregedoria da PM, são suspeitos de sequestrar e matar o metalúrgico Edson Edney Silva, 26, e o segurança Emerson Heida, 29.
De acordo com uma testemunha, os dois foram vistos pela última vez na noite de 10 de setembro, ao serem abordados por um carro da Força Tática do 50º Batalhão (zona sul de São Paulo), onde estavam na época os policiais militares presos.
Ontem também foram afastados de suas funções, pela Secretaria da Segurança, os comandantes desse batalhão: tenente-coronel Edinaldo Cirino dos Santos e o capitão da Força Tática, Henrique Mota Neves.
O Comando da Polícia Militar não informou o nome dos policiais presos: um oficial e três soldados.
As alegações, segundo o tenente Cláudio Cesar Capelari, porta-voz da corregedoria, são que a informação atrapalhará as investigações e também que os policiais militares investigados "são apenas suspeitos".
De acordo com o tenente Capelari, dois dos PMs se negaram a falar sobre a acusação contra eles; os outros dois dizem não ter nenhuma participação no caso.

SUSPEITA
Os policiais já figuravam como suspeitos logo no início das investigações, já que a polícia sabia que um deles tinha uma rixa com Heida desde antes de se tornar policial.
A polícia também descobriu que o sangue de Heida estava no compartimento de presos do veículo policial usado pelos PMs e que o veículo, na noite do desaparecimento dos dois amigos, rodou mais do que o dobro da quilometragem de um dia normal de trabalho.
"Na análise de centenas de relatórios [de carros da PM] se conseguiu chegar a um [usado pelos quatro presos] onde a quilometragem destoava dos demais", afirmou o tenente Capelari.
O corpo de Heida foi achado em 23 de setembro na zona sul e identificado por meio de uma tatuagem e de uma obturação dentária.
Um exame de DNA comprovou que o sangue dele era o mesmo que estava no carro da Polícia Militar. O resultado desse teste chegou à PM anteontem, provocando o pedido de prisão à Justiça.

SEGUNDO CORPO
Na madrugada de ontem, a polícia encontrou o corpo de um homem na região de Parelheiros, também na zona sul da cidade. Ele passou a ser investigado como o de Edson Silva.
O carro em que estavam Heida e Silva, quando foram vistos durante a abordagem policial, um Kadett, foi achado queimado em 14 de setembro, também na zona sul.


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