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PMs são presos por suspeita de homicídios
Um oficial e três soldados do 50º Batalhão são acusados de sequestrar e matar dois amigos na zona sul de SP
Sangue de uma das vítimas foi encontrado no carro da PM usado pelos policiais quando amigos desapareceram
ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO
A Justiça determinou ontem a prisão temporária
-por 30 dias- de quatro policiais militares que, segundo
a Corregedoria da PM, são
suspeitos de sequestrar e matar o metalúrgico Edson Edney Silva, 26, e o segurança
Emerson Heida, 29.
De acordo com uma testemunha, os dois foram vistos
pela última vez na noite de 10
de setembro, ao serem abordados por um carro da Força
Tática do 50º Batalhão (zona
sul de São Paulo), onde estavam na época os policiais militares presos.
Ontem também foram
afastados de suas funções,
pela Secretaria da Segurança, os comandantes desse
batalhão: tenente-coronel
Edinaldo Cirino dos Santos e
o capitão da Força Tática,
Henrique Mota Neves.
O Comando da Polícia Militar não informou o nome
dos policiais presos: um oficial e três soldados.
As alegações, segundo o
tenente Cláudio Cesar Capelari, porta-voz da corregedoria, são que a informação
atrapalhará as investigações
e também que os policiais
militares investigados "são
apenas suspeitos".
De acordo com o tenente
Capelari, dois dos PMs se negaram a falar sobre a acusação contra eles; os outros
dois dizem não ter nenhuma
participação no caso.
SUSPEITA
Os policiais já figuravam
como suspeitos logo no início das investigações, já que
a polícia sabia que um deles
tinha uma rixa com Heida
desde antes de se tornar policial.
A polícia também descobriu que o sangue de Heida
estava no compartimento de
presos do veículo policial
usado pelos PMs e que o veículo, na noite do desaparecimento dos dois amigos, rodou mais do que o dobro da
quilometragem de um dia
normal de trabalho.
"Na análise de centenas de
relatórios [de carros da PM]
se conseguiu chegar a um
[usado pelos quatro presos]
onde a quilometragem destoava dos demais", afirmou o
tenente Capelari.
O corpo de Heida foi achado em 23 de setembro na zona sul e identificado por meio
de uma tatuagem e de uma
obturação dentária.
Um exame de DNA comprovou que o sangue dele era
o mesmo que estava no carro
da Polícia Militar. O resultado desse teste chegou à PM
anteontem, provocando o
pedido de prisão à Justiça.
SEGUNDO CORPO
Na madrugada de ontem,
a polícia encontrou o corpo
de um homem na região de
Parelheiros, também na zona
sul da cidade. Ele passou a
ser investigado como o de
Edson Silva.
O carro em que estavam
Heida e Silva, quando foram
vistos durante a abordagem
policial, um Kadett, foi achado queimado em 14 de setembro, também na zona sul.
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