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Suicídio de policiais surpreende Comissão de Direitos Humanos
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais de 30 mil consultas psiquiátricas por ano e um número
de suicídios que supera o de mortes em serviço entre policiais militares são dados colhidos ontem
em São Paulo pela caravana da
Comissão de Direitos Humanos
da Câmara dos Deputados sobre a
violência sofrida pela polícia.
Em audiência pública promovida na Assembléia Legislativa, os
deputados souberam que no período de 91 a 99 houve 128 mortes
de PMs em serviço e 215 suicídios.
E de janeiro a outubro deste ano
foram registradas 27 mortes em
serviço e 20 suicídios.
O presidente da Comissão de
Direitos Humanos da Câmara,
Marcos Rollim (PT-RS), disse que
ficou "impressionado" com o número de suicídios entre os policiais militares.
"O suicídio não é um problema
isolado de São Paulo, mas impressiona pela quantidade. Além de a
PM-SP não ter o acompanhamento da saúde mental do policial que deveria, há o problema do
estresse da atividade e do código
disciplinar, que é de 1943", disse.
O deputado afirmou que, durante a audiência, houve o consenso entre deputados e entidades representativas de policiais de
que o regimento disciplinar tem
de ser modificado. "A prisão disciplinar tem de acabar."
Mas são as mortes nos períodos
em que o policial militar deveria
estar de folga que causam mais
baixas. Em oito anos, 484 policiais
paulistas foram mortos fora do
serviço. E, de janeiro a outubro
deste ano, o número chegou a 146.
"Os números só mostram o que
já sabíamos, que os policiais têm
um segundo emprego para complementar o salário." Ele afirmou
que a comissão pretende propor a
instituição de um piso salarial
unificado para todo o país. "O salário é o problema mais emergencial", disse.
(FLÁVIA DE LEON)
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