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No pé do ranking, aluno brasileiro acha que sabe mais ciência do que finlandeses
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Quando fazem as provas de
ciências do Pisa (exame internacional divulgado anteontem
que compara o desempenho de
jovens de 57 países), os alunos
brasileiros ficam nas últimas
posições. No entanto, ao serem
questionados sobre o próprio
conhecimento da disciplina,
eles se mostram mais confiantes até mesmo do que os líderes
do ranking, os finlandeses.
Ao responder a um questionário na prova, em 2006, 81%
dos brasileiros que fizeram o
teste disseram que "geralmente conseguem dar boas respostas a testes de ciências na escola". No Japão, sexto país com
melhor desempenho na prova,
29% escolheram essa opção.
Na Finlândia, 69% disseram
dar boas respostas, próximo à
média de 65% dos 30 países da
OCDE (Organização para a
Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), entidade
que organiza o Pisa.
Os itens em que os brasileiros foram mais reticentes foram "eu consigo entender facilmente novas idéias em ciência
na escola" e "temas de ciência
na escola são fáceis para mim":
62% concordaram.
Para Marta Barroso, professora do Instituto de Física da
UFRJ que já estudou o desempenho dos brasileiros em ciências no Pisa, é natural que alunos que saibam mais sejam
mais críticos ao avaliar seu desempenho: "Lembre-se que
"quanto mais eu sei, mais sei
que nada sei". Certamente um
aluno japonês tem mais idéia
do que seja aprender e entender ciências que um brasileiro".
Ela diz, no entanto, que também podem ter contribuído o
fato de o questionário aplicado
aos alunos ser muito longo
-com perguntas pouco usuais
para o estudante- e a possível
percepção do estudante de que
responder àquelas questões
não era importante ou que poderia ser usado para puni-lo.
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