São Paulo, domingo, 06 de dezembro de 2009

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Gangue de falsos taxistas ataca estudantes

Universitários brasileiros afirmam ser alvo de bandidos que estupram, agridem e assaltam em Santa Cruz de la Sierra

Alunos relatam casos de violência sofridos durante permanência na Bolívia; médica afirma que socorreu criança baleada de 13 anos

DA AGÊNCIA FOLHA

Em um táxi clandestino e com o rosto coberto por máscaras cirúrgicas, três homens armados com revólveres agrediram e roubaram o paranaense Kenny Choptian, 23, e outros cinco amigos brasileiros.
O assalto aconteceu horas depois de terem chegado a Santa Cruz de la Sierra para iniciar o atual semestre na faculdade de medicina da Udabol, onde estudam 2.500 brasileiros.
Além de levarem coronhadas e chutes, os estudantes tiveram roubados os documentos, dinheiro, joias e calçados.
"Pensei em desistir e voltar [para o Brasil] na hora. Nós [brasileiros] sentimos que nos tornamos alvo preferencial por, supostamente, ter mais dinheiro", diz Choptian, que é de Campo Mourão (PR).
A experiência que o paranaense teve em seu primeiro dia na cidade é semelhante às vividas por nove estudantes ouvidos pela Folha. Em outro caso, um falso taxista raptou uma estudante acriana por três dias. Machucada, com o cabelo picado e as roupas rasgadas, ela foi jogada no meio da rua depois de ser estuprada.
"Por 15 dias, ela se trancou no quarto e só saía para comer. Esperou o semestre acabar e voltou para o Acre", diz a ex-vizinha Priscila Lora Silva, 21, de São Luís (MA), que já sofreu três assaltos em 15 meses.
O carioca Rodrigo Lima, 29, viu um de seus companheiros de apartamento desistir do curso depois de um assalto. Ele afirma ter ao menos cinco amigos próximos que já foram assaltados próximo aos campi.
"Não tenho dúvida ao dizer que me sinto mais seguro no Rio de Janeiro, de onde vim, do que aqui. Uso um celular de terceira qualidade, pois sei que logo posso perdê-lo", diz.
Helena Santana, 50, também do Rio de Janeiro, é médica formada na Bolívia e trabalha em Santa Cruz. Ela conta que socorreu um garoto brasileiro de 13 anos baleado na porta de sua casa, em setembro.
"Por algum acerto de contas, passaram atirando contra a casa onde estava o irmão mais velho dele e o acertaram na perna", afirma a médica. (GH e RM)


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