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Gangue de falsos taxistas ataca estudantes
Universitários brasileiros afirmam ser alvo de bandidos que estupram, agridem e assaltam em Santa Cruz de la Sierra
Alunos relatam casos de
violência sofridos durante
permanência na Bolívia;
médica afirma que socorreu
criança baleada de 13 anos
DA AGÊNCIA FOLHA
Em um táxi clandestino e
com o rosto coberto por máscaras cirúrgicas, três homens armados com revólveres agrediram e roubaram o paranaense
Kenny Choptian, 23, e outros
cinco amigos brasileiros.
O assalto aconteceu horas
depois de terem chegado a Santa Cruz de la Sierra para iniciar
o atual semestre na faculdade
de medicina da Udabol, onde
estudam 2.500 brasileiros.
Além de levarem coronhadas
e chutes, os estudantes tiveram
roubados os documentos, dinheiro, joias e calçados.
"Pensei em desistir e voltar
[para o Brasil] na hora. Nós
[brasileiros] sentimos que nos
tornamos alvo preferencial
por, supostamente, ter mais dinheiro", diz Choptian, que é de
Campo Mourão (PR).
A experiência que o paranaense teve em seu primeiro
dia na cidade é semelhante às
vividas por nove estudantes ouvidos pela Folha. Em outro caso, um falso taxista raptou uma
estudante acriana por três dias.
Machucada, com o cabelo picado e as roupas rasgadas, ela foi
jogada no meio da rua depois
de ser estuprada.
"Por 15 dias, ela se trancou
no quarto e só saía para comer.
Esperou o semestre acabar e
voltou para o Acre", diz a ex-vizinha Priscila Lora Silva, 21, de
São Luís (MA), que já sofreu
três assaltos em 15 meses.
O carioca Rodrigo Lima, 29,
viu um de seus companheiros
de apartamento desistir do
curso depois de um assalto. Ele
afirma ter ao menos cinco amigos próximos que já foram assaltados próximo aos campi.
"Não tenho dúvida ao dizer
que me sinto mais seguro no
Rio de Janeiro, de onde vim, do
que aqui. Uso um celular de
terceira qualidade, pois sei que
logo posso perdê-lo", diz.
Helena Santana, 50, também
do Rio de Janeiro, é médica
formada na Bolívia e trabalha
em Santa Cruz. Ela conta que
socorreu um garoto brasileiro
de 13 anos baleado na porta de
sua casa, em setembro.
"Por algum acerto de contas,
passaram atirando contra a casa onde estava o irmão mais velho dele e o acertaram na perna", afirma a médica.
(GH e RM)
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