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Recife vai revitalizar torre para zepelim
Na mesma área, de 236 hectares, serão construídos museus e parque cultural
Construída em 1930, a estrutura foi desativada em 1937, após acidente com um zepelim nos Estados Unidos; na ocasião, houve 36 mortes
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
Exposta à ferrugem e abandonada em uma área tomada
pelo mato, em Recife (PE), a
única torre de atracamento de
balões dirigíveis zepelim existente no mundo deve ser restaurada no próximo ano.
Construída em 1930 para receber dirigíveis vindos da Europa em voos diretos, a estrutura, tombada pelo patrimônio
histórico do Estado, foi desativada em 1937, após o acidente
com o zepelim Hindenburg,
que provocou a morte de 36
pessoas nos Estados Unidos.
O projeto de recuperação
prevê investimentos de R$ 50
milhões em três anos, a partir
de março, com a revitalização
da área, considerada de preservação ambiental. Um convênio
foi assinado há um mês pela
União, Estado e município.
Em 79 anos, a torre, erguida
em uma área de 36 hectares no
bairro de Jiquiá, foi estabilizada duas vezes devido à ameaça
de desmoronamento. Apenas
uma vez foi reformada: em
1936, quando ainda estava em
operação. A peça foi praticamente reconstruída, passando
de 16 metros de altura para 19.
A mudança permitiu a adaptação da estrutura aos zepelins
cada vez maiores que cruzavam
os continentes. O alemão Graf
Zeppelin, que passou 65 vezes
por Recife, tinha 236 metros de
comprimento, seis vezes mais
que um avião Airbus 737-700.
Segundo o secretário da
Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico de Recife, José Antonio Bertotti, a
revitalização do local também
prevê um parque científico e
cultural, com planetário, museus, áreas para lazer, educação
e prática esportiva.
O projeto deve recuperar ao
menos oito dos 22 paióis de
munição construídos no local
pelas Forças Armadas na 2ª
Guerra Mundial (1939-1945) e
abandonados após o conflito.
Uma equipe da Universidade
Federal de Pernambuco realizará um trabalho de prospecção arqueológica na área durante a revitalização.
Os zepelins -assim chamados em homenagem ao seu
criador, o conde alemão Ferdinand Adolf Heirinch von Zeppelin (1839-1917)- completaram 72 viagens para Recife. O
campo de Jiquiá servia de escala para os dirigíveis que seguiam para o Rio de Janeiro.
Presa ao "nariz" da aeronave,
a torre de atracamento tinha a
função de manter o aparelho no
chão, ou próximo dele. O zepelim ajustava-se na direção do
vento, facilitando, dessa forma,
as manobras em solo.
Função
Criado em 1900, o zepelim
difere dos balões e dos ocos
"blimps" -infláveis com a mesma forma de charuto, que veiculam propaganda- por possuir uma estrutura rígida interna. Sua função é manter a forma constante, independente da
expansão do gás interno e da
pressão atmosférica.
A aeronave é considerada o
ponto de partida para o desenvolvimento de ramos industriais como o de engrenagens,
motores, aviões, armamentos,
automóveis e barcos.
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