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Academia é corporativa, diz virtual secretário
DA REPORTAGEM LOCAL
"A universidade brasileira ainda é extremamente corporativa. É
preciso que ela se abra mais para a
sociedade. Isso tem sido feito,
mas precisa ser numa velocidade
maior."
A avaliação é do professor do
Departamento de História da
Universidade Federal do Paraná
(UFPR) Carlos Roberto Antunes
dos Santos, 57, possível novo secretário de Educação Superior do
MEC (Ministério da Educação).
O professor disse que foi sondado pelo ministro da Educação,
Cristovam Buarque, na semana
passada. A assessoria do ministério não confirmou a indicação.
"O ministro deixou claro que
estava apenas conversando e que
iria definir a questão em alguns
dias. Estou sem saber se a decisão
foi tomada", afirmou Antunes. A
Folha antecipou ontem que ele
deve mesmo ser o escolhido.
Antunes foi reitor da UFPR de
abril de 1998 a abril de 2002 e presidente da Andifes (Associação
Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) no período de abril de 2001 a
abril de 2002.
Seu mandato coincidiu com a
greve de quase cem dias das universidades federais em 2001, o que
pode ser ao mesmo tempo positivo e negativo.
O ex-reitor considera que seu
nome foi lembrado para a Secretaria de Educação Superior por
causa de sua gestão na Andifes, o
que inclui a atuação na greve.
"Nossa posição propositiva construiu a solução do problema."
A Folha apurou que alguns dirigentes e docentes de universidades federais rejeitam seu nome
para a secretaria. As resistências
se relacionam justamente à forma
com que ele conduziu as negociações durante a paralisação.
Alguns colegas seus consideram
que ele teve um comportamento
muito moderado, próximo demais do governo federal.
Além disso, ele teria uma concepção de autonomia universitária que entra em choque com o
modelo defendido pelos professores. Divergem em questões como uso de verbas.
O ex-reitor afirma que a discordância sobre sua indicação parte
de um grupo, mas diz que há outros docentes e dirigentes que o
apóiam. "Meu nome foi sugerido
por dirigentes de universidades
federais. Não fui eu quem propus
meu próprio nome."
(ARMANDO PEREIRA FILHO)
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