São Paulo, terça-feira, 07 de janeiro de 2003

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Academia é corporativa, diz virtual secretário

DA REPORTAGEM LOCAL

"A universidade brasileira ainda é extremamente corporativa. É preciso que ela se abra mais para a sociedade. Isso tem sido feito, mas precisa ser numa velocidade maior."
A avaliação é do professor do Departamento de História da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Carlos Roberto Antunes dos Santos, 57, possível novo secretário de Educação Superior do MEC (Ministério da Educação).
O professor disse que foi sondado pelo ministro da Educação, Cristovam Buarque, na semana passada. A assessoria do ministério não confirmou a indicação.
"O ministro deixou claro que estava apenas conversando e que iria definir a questão em alguns dias. Estou sem saber se a decisão foi tomada", afirmou Antunes. A Folha antecipou ontem que ele deve mesmo ser o escolhido.
Antunes foi reitor da UFPR de abril de 1998 a abril de 2002 e presidente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) no período de abril de 2001 a abril de 2002.
Seu mandato coincidiu com a greve de quase cem dias das universidades federais em 2001, o que pode ser ao mesmo tempo positivo e negativo.
O ex-reitor considera que seu nome foi lembrado para a Secretaria de Educação Superior por causa de sua gestão na Andifes, o que inclui a atuação na greve. "Nossa posição propositiva construiu a solução do problema."
A Folha apurou que alguns dirigentes e docentes de universidades federais rejeitam seu nome para a secretaria. As resistências se relacionam justamente à forma com que ele conduziu as negociações durante a paralisação.
Alguns colegas seus consideram que ele teve um comportamento muito moderado, próximo demais do governo federal.
Além disso, ele teria uma concepção de autonomia universitária que entra em choque com o modelo defendido pelos professores. Divergem em questões como uso de verbas.
O ex-reitor afirma que a discordância sobre sua indicação parte de um grupo, mas diz que há outros docentes e dirigentes que o apóiam. "Meu nome foi sugerido por dirigentes de universidades federais. Não fui eu quem propus meu próprio nome." (ARMANDO PEREIRA FILHO)


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