|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VIOLÊNCIA
Polícia prendeu 18 jovens suspeitos de participar do crime
Skinheads espancam e matam homem em SP
ADRIANA SOUZA SILVA
da Reportagem Local
O adestrador de cães Edson Neris da Silva, 35, morreu na madrugada de ontem, depois de ter sido
espancado por uma gangue de
skinheads na praça da República(zona central de São Paulo).
Segundo o depoimento de Dario Pereira Netto, 34, que passava
com Silva pelo local por volta da
meia-noite, um grupo de 30 jovens carecas e vestidos com roupas pretas se aproximou deles.
Pressentindo que seriam abordados pela gangue, Silva e Netto
saíram correndo em direções
opostas. Netto foi agredido, mas
conseguiu escapar. Silva foi alcançado pelos skinheads.
Duas testemunhas, que preferem não se identificar, dizem que
a agressão contra Silva durou cerca de 20 minutos. "Tudo que se
ouvia era o barulho dos socos",
afirma uma testemunha. "Depois
que terminaram, o grupo foi embora, andando tranquilamente."
A testemunha avisou à polícia
que encaminhou Silva para a Santa Casa de Misericórdia, onde ele
já chegou morto.
Viaturas da Polícia Civil iniciaram, em seguida, uma ronda pela
região a fim de encontrar um grupo com as características descritas
pelas testemunhas.
Essa busca resultou na prisão de
18 jovens que estavam reunidos
num bar da rua 13 de maio. Eles
foram indiciados por formação
de quadrilha e encaminhados ao
3º DP (Santa Ifigênia) como os
suspeitos do homicídio.
Na delegacia, os 18 jovens (16
homens e duas mulheres, com
idade entre 18 e 30 anos) disseram
que só falariam em juízo, embora
tenham afirmado que faziam parte de um grupo de skinhead conhecido como "Carecas do ABC".
Junto com uma das mulheres
foi encontrado um peça de metal
conhecida como soco inglês.
Pelo menos cinco deles foram
reconhecidos pelas testemunhas
como autores da agressão.
Revoltado, o irmão de Silva, Jurandir da Silva Santos, 32, pedia
justiça. "Eles não podem ser soltos, como aconteceu com os assassinos do índio pataxó", disse.
Nascido em Franco da Rocha,
Silva foi criado em Itapevi (interior de São Paulo) onde morava
até hoje com os pais. Divorciado,
costumava vir a São Paulo para visitar amigos. "Era uma pessoa alegre, sempre disposto a ajudar",
disse o vizinho Ovídio Melo, 49.
Segundo familiares, Silva iria
prestar vestibular neste ano para
ser veterinário.
Texto Anterior: Cotidiano imaginário - MOACYR SCLIAR: A pasta de Greenspan Próximo Texto: PF ajudará a investigar atuação de angolanos na chacina no Rio Índice
|