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LEGISLATIVO
Apesar de vereadores terem sido acusados de controlar politicamente módulos do plano, partido participa de comissão
PT favorece PMDB na apuração do PAS
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O PMDB terá a relatoria da CPI
(Comissão Parlamentar de Inquérito) que vai investigar irregularidades no PAS, apesar de vários
vereadores do partido terem sido
acusados de controlar politicamente os módulos do plano. Ontem, a Câmara Municipal de São
Paulo criou cinco CPIs.
Em um acordo com o PT, os
peemedebistas abriam mão de incluir a CPI do túnel Ayrton Senna
(suposto superfaturamento da
obra) entre as prioridades dos líderes de partidos em troca da relatoria da CPI do PAS e da dívida.
O relator de uma CPI tem função estratégica: é responsável pela
elaboração do relatório com o resumo das investigações e uma
conclusão dos trabalhos. O documento tem de ser votado na comissão e depois no plenário.
O líder do PMDB, Carlos Apolinário, confirmou o acordo com o
PT. "Somos minoria (seis vereadores). É melhor ter duas relatorias do que perder uma CPI."
Foi o PMDB que sugeriu a proposta aos petistas. "Saí (da reunião) para consultar a bancada e
ela concordou", disse o líder do
governo, José Mentor (PT).
Apolinário negou que o PMDB
tenha escolhido a relatoria do PAS
para proteger seus vereadores.
"Escolhemos porque é uma CPI
importante", disse.
Mas peemedebistas vêm sendo
acusados de controlar módulos
do PAS. Jooji Hato foi acusado
por uma funcionária, em 1999, de
controlar o módulo 3 do PAS (Ipiranga). Hato negou a acusação.
O ex-vereador Miguel Colasuonno também foi mencionado
por ex-diretores de cooperativas
como o controlador dos módulos
da zona leste e norte -quando o
nome PAS mudou para Simns. O
ex-vereador Paulo Roberto Faria
Lima (PMDB) também foi acusado de controlar o módulo central.
Faria Lima e Colasuonno negam.
Os próprios petistas sempre denunciaram o loteamento dos módulos. Mas Mentor disse ontem
que é "normal" os vereadores fazerem acordos. "O relator tem poder limitado. O relatório dele pode ser derrubado ainda na própria comissão", afirmou.
Segundo peemedebistas que
não querem se identificar, o partido está se aproximando da administração do PT. "Esse contato está ocorrendo vereador por vereador", disse um peemedebista.
A aproximação ajuda a explicar
a posição do PMDB, que chegou a
falar em CPI do lixo para investigar o acordo feito por Marta Suplicy com empresas de limpeza
acusadas de irregularidades pelo
próprio PT, mas voltou atrás.
A candidatura de Jader Barbalho (PMDB) à presidência do Senado, que quer contar com o
apoio do PT, também teria influenciado à mudança de estratégia do PMDB local.
Votos
Com os votos de 48 vereadores,
foi aprovada a realização simultânea de cinco CPIs: educação (superfaturamento de obras), PAS,
dívida do município, TCM (Tribunal de Contas do Município) e
concessões de áreas públicas a entidades particulares.
Apenas quatro parlamentares
do PPB -Erasmo Dias, Wadih
Mutran, Salim Curiati e Edivaldo
Estima- se abstiveram da votação. Partido do ex-prefeito Paulo
Maluf, o PPB foi a única legenda
contrária às CPIs.
Os vereadores apresentaram,
no total, 13 pedidos de CPI. As oito comissões que ficaram de fora
vão ficar em uma fila de espera
para serem abertas depois do prazo de conclusão das cinco primeiras (90 dias).
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