São Paulo, quarta-feira, 07 de fevereiro de 2007 |
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GILBERTO DIMENSTEIN O semáforo de ouro Fábio queria tanto morar em São Paulo que decidiu tirar título de eleitor para sentir-se um cidadão paulistano
ANIMADO COM o sucesso da sua
banda de rock, em Goiânia,
Fábio Pertence arriscou duas
apostas ao mesmo tempo: fez a produção independente de seu CD e
mudou-se para São Paulo. "Aos poucos, via meus dois sonhos virarem
pesadelo." Está se salvando graças à
inspiração que teve, durante um
congestionamento, olhando crianças vendendo balas num semáforo,
em frente ao cemitério São Paulo, na
região de Pinheiros. Preso no congestionamento, em outubro passado, ele observava como as crianças dobravam o embrulho das balas no retrovisor à espera da decisão do motorista que aguardava o semáforo abrir. "Pensei que aquilo ali podia dar certo comigo." Comprou alguns saquinhos transparentes azuis, nos quais, de um lado, colocou o CD e, de outro, fazendo o contrapeso, balas toffe. No primeiro dia de testes de marketing musical, conseguiu, para sua surpresa, vender seis CDs. Era mais do que até então tinha vendido desde o início da aposta na produção independente. Chamou a sua mulher, Carmen Baiochhi, vocalista da banda, para ajudá-lo na rua. "Também fiquei entusiasmada", conta ela. Depois veio o resto da banda para o semáforo rua: o guitarrista Can Kanbay, o baixista Paulo El Khoury, o tecladista G. Ponce e o baterista Marcello Cabello, além do produtor Ale Costa. Todo aquele esforçou resultou, até agora, na venda de 3.500 cópias, mais da metade de todo o estoque."Descobrimos um mercado", diz Carmen, advertindo que o CD não é pirata. Mais do que esse marketing direto inspirado nas crianças com suas balas, a Laia VunJe imagina ter encontrado um projeto musical, intitulado "Rock de rua". Querem levar seus equipamentos para as esquinas e mostrar suas composições, enquanto o CD é vendido. " No mínimo, vamos deixar as ruas mais animadas", diz Fábio, acrescentando, em tom de brincadeira, que, se não ganharem o "disco de ouro", conferido aos músicos de sucesso, serão os melhores candidatos ao "semáforo de ouro". gdimen@uol.com.br Texto Anterior: Interdição em Congonhas irá afetar 40% dos vôos Próximo Texto: A cidade é sua Índice |
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