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Investigada pela polícia, Mangueira quase cai
Em 10º lugar entre as 12 no Rio, escola obteve sua pior colocação desde 1994
Carnaval deste ano também marcou a volta por cima de Salgueiro e Portela, duas das mais tradicionais agremiações cariocas
DA SUCURSAL DO RIO
O Carnaval deste ano marcou
a volta por cima de duas das
mais tradicionais escolas do
Rio: Salgueiro e Portela, que ficaram com a segunda e a quarta
colocações, respectivamente.
Foi, também, o desfile da derrocada da Mangueira, que obteve apenas a décima posição, entre 12, num momento em que é investigada por suposto envolvimento com o narcotráfico.
Acostumada a desfilar entre
as campeãs (desde 2001 ficou
sempre entre as seis primeiras), a Mangueira naufragou
mesmo com o patrocínio de R$
3 milhões da Prefeitura de Recife, que financiou o enredo sobre os cem anos do frevo.
O mau desempenho se refletiu em quase todos os quesitos.
Apenas o casal de mestre-sala e
porta-bandeira recebeu quatro
notas dez. A escola perdeu 1,1
ponto em alegorias e adereços.
Foi fraca também em conjunto
e harmonia. O samba-enredo,
composto por, entre outros,
Francisco Paulo Monteiro, o
Tuchinha, acusado de tráfico
de drogas, perdeu meio ponto.
Para a presidente, Eli Gonçalves, a Chininha, os jurados
não tiveram "má vontade" com
a escola em razão da suposta influência de Tuchinha na agremiação. "O resultado está aí e a
Mangueira continua viva. Linda, frondosa e cheia de frutos."
Fundada em 1953 e dona de
Carnavais históricos nas décadas de 60 e 70, a Salgueiro, da
Tijuca, teve sua melhor colocação desde 1994, quando também foi vice. Já a Portela, nascida em 1931, fez seu melhor Carnaval desde 1995, quando ficou
em segundo lugar.
A Portela é a maior campeã
do Rio, com 21 títulos, mas não
vence desde 1984. A escola é
uma verdadeira instituição carioca, reunindo nomes como
Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho e Marisa Monte.
Na Salgueiro, o êxito veio
com um enredo leve sobre o
Rio, que exaltou só o que a cidade tem de bom (praias, boemia,
futebol, mulheres bonitas). A
escola tem oito títulos. Para o
diretor de harmonia, Otávio
Novello, o segundo lugar tem
sabor de vitória.
Já a Portela apostou no jovem carnavalesco Cahe Rodrigues, 31, e conseguiu reagir graças ao enredo "politicamente
correto" sobre educação ambiental.
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