RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL

O Hospital das Clínicas de Assunção, no Paraguai, anunciou que o país teve, na semana passada, a sua primeira morte provocada pela febre amarela em mais de cem anos.
Não se tinha conhecimento de doentes no país desde 1973, e a última morte havia sido em 1904. A vítima foi um homem de 24 anos, do interior do país, que morreu na última sexta-feira devido a complicações no fígado e nos rins.
Mais cauteloso, o Ministério da Saúde do Paraguai afirmou que os sintomas foram "compatíveis" com a febre amarela e que só poderá confirmar a suspeita da doença na semana que vem, quando o resultado dos exames estiverem prontos.
O ministério, no entanto, confirmou a existência de um surto da doença no país.
Cinco pessoas do Departamento de San Pedro, região central do país, foram infectadas pela forma silvestre da doença. Uma delas está internada e pode morrer.
O diretor de Vigilância para a Saúde do ministério, Gualberto Piñánez, disse à reportagem que a principal hipótese para o reaparecimento da febre amarela é a entrada em território paraguaio de macacos contaminados no Brasil.
"Não há como frear a passagem dos macacos. Mesmo que houvesse, não adiantaria nada, porque a doença já chegou ao Paraguai", afirmou.
O surto ocorre a cerca de 200 km de Mato Grosso do Sul -Estado onde foram registrados quatro dos 25 casos brasileiros desde dezembro. O jovem morto havia entrado em uma mata para caçar macacos.
O governo diz que enviará para San Pedro cerca de 60 mil doses de vacina.