São Paulo, sábado, 07 de fevereiro de 2009

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ROSERLEY SALDIVA (1946-2009)

A pesquisadora viu surgirem rainhas na sucata

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Maria do Carmo e Laurinha Figueroa se engalfinham no alto do edifício. Renato vê tudo, sem interferir. Após arrancar o brinco de Maria do Carmo, Laurinha diz: "Eu nunca vou ser feliz com o Edu, mas você também não vai, sua sucateira ordinária". Em seguida, atira-se do prédio, para incriminar a rival. O desfecho acima passou na TV em 1990, na novela "Rainha da Sucata". Para escrevê-la, Silvio de Abreu baseou-se numa pesquisa comportamental feita pela amiga e publicitária Rose Saldiva. Como explica a socióloga Maria Guadalupe Garcia, que trabalhou em pesquisas com Rose, o trabalho mostrava que o dinheiro, na época, estava mudando de mãos. Maria do Carmo, interpretada por Regina Duarte, representava uma classe que começava a escalar a pirâmide social. Laurinha, papel de Glória Menezes, era a cara de uma elite em decadência. "Ela tinha acabado de refazer uma pesquisa, também realizada nos anos 80, sobre a cara de São Paulo", diz a socióloga. O resultado foi publicado na revista "Veja São Paulo", no último dia 28. Dos anos 70 até o começo desta década, Rose teve uma empresa com o irmão. Especializou-se em pesquisas comportamentais, conta a amiga Vera Artaxe. O irmão morreu, e Rose desligou-se da agência, mas continuou trabalhando. Lançou livros. Na quarta, morreu na capital, aos 62, após uma parada cardíaca. Não deixa filhos.
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