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Pelo menos três ex-servidores mudaram de lado
DA REPORTAGEM LOCAL
A proximidade entre servidores e empresas de merenda
escolar, investigada pela Promotoria, já resultou na migração de ao menos três funcionários da gestão Serra/Kassab para as prestadoras do serviço.
Ontem, a Folha revelou que
Sergio Ramos Jr., diretor da
merenda escolar no município
entre 2005 e 2007 e que havia
requisitado formalmente a
abertura de licitação, migrou
logo em seguida para uma vencedora, a SP Alimentação -onde é hoje diretor em Recife.
A chefe dele na ocasião seguiu um caminho semelhante.
Ex-coordenadora de gestão de
bens e serviços e tida como
principal cabeça do pregão que
selecionou as empresas em
maio de 2007, a advogada Erika Alves Oliver pediu demissão
logo em seguida dizendo ter sido convidada para ser consultora de um grupo da merenda.
A Folha apurou que, na ocasião, a decisão foi vista pela cúpula da gestão Kassab como
quebra de confiança, devido ao
poder delegado a ela até então.
O ex-secretário Januário Montone chegou a determinar uma
revisão dos atos da funcionária
para identificar problemas.
No final de 2007, contatada
pela Folha, Erika Alves Oliver
dizia que manteve reuniões na
SP Alimentação, mas que não
havia prestado nenhum serviço
para a empresa até então.
Ontem a reportagem confirmou com funcionários que ela
esteve nos últimos meses trabalhando na SP Alimentação e
soube ainda que ela foi demitida no começo desta semana.
Procurada desde anteontem,
Oliver não respondeu aos pedidos de entrevista da Folha.
Outro ex-funcionário que
migrou para o setor privado foi
Ricardo Quintiliano Basso. Ele
trabalhou como assessor do gabinete do ex-secretário Januário Montone de novembro de
2005 a março de 2007, com a
função de remodelar a contratação da merenda escolar.
Acabou contratado pela empresa Sistal, que também fornece merenda na rede, para
prestar consultoria quatro meses depois -sendo inclusive indicado formalmente para manter contato com a prefeitura.
Na época, Basso dizia não ver
problema até porque ele não
havia participado da elaboração das regras do edital.
A situação desses profissionais -inclusive a da nutricionista Joana D'Arc Pereira Mura, afastada ontem- é de conhecimento da gestão Kassab
no mínimo há 14 meses.
Na ocasião, a Secretaria da
Gestão foi questionada pela
Folha (que citou os nomes) sobre eventual conflito de interesses na relação de ex-servidores com a iniciativa privada.
A pasta disse que "já havia
diagnosticado esse problema" e
que havia tomado providências
para criar um grupo para implantar um código de ética para
"balizar a conduta dos servidores" "sobretudo quando deixam a administração".
Até hoje, porém, nada saiu do
papel. Ontem a pasta informou
que a proposta foi submetida à
análise da Procuradoria Geral
do Município e está na assessoria jurídico-consultiva.
(AI E JEC)
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