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Programas infantis de TV vão reforçar aulas
Prefeitura de SP usará vídeos e cadernos com turma do Cocoricó para tentar melhorar ensino de português e matemática
Parceria feita com Fundação Padre Anchieta, que mantém a TV Cultura, vai atender
500 mil crianças dos nove anos do ensino fundamental
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Júlio tem oito anos e vai ensinar as crianças a ler, escrever e
contar. Terá a ajuda do cavalo
Alípio, da vaca Mimosa e das
galinhas Zazá, Lola e Lilica.
A partir de março, os personagens do programa infantil
Cocoricó vão entrar nas salas
de aula da rede municipal de
ensino de São Paulo em vídeos
e cadernos de atividades.
A turma do Cocoricó e personagens de outros programas da
TV Cultura foram escalados
para a tarefa de reforçar a qualidade do ensino de língua portuguesa e matemática de cerca de
500 mil crianças dos nove anos
do ensino fundamental.
O projeto é uma parceria entre a prefeitura e a Fundação
Padre Anchieta, mantenedora
da TV Cultura. Foram criados
exercícios complementares à
atividade didática, algumas
acompanhadas de vídeos. "X-Tudo" e o "Sr. Brasil" Rolando
Boldrin, por exemplo, estão na
lista. São mais de 60 vídeos.
Mas o que mais chama atenção é mesmo o Cocoricó, que
será usado nas atividades até o
terceiro ano. Os filmes selecionados para as salas de aula foram gravados antes do encerramento do contrato com a equipe de produção do Cocoricó. A
TV Cultura informou que o
programa voltará a ser produzido no segundo semestre.
Na primeira aula de matemática para o primeiro ano, Júlio
conhece o menino Lucas, que
conta tudo o que vê pela frente
(carros, pessoas, andares de
prédios). E, como uma brincadeira, os dois vão contando de
trás para a frente, de frente para trás, de dois em dois, e a
criançada vai aprendendo a sequência dos números e tendo
noções de ordem de grandeza.
"Foi o vídeo que eu mais gostei", afirmou o secretário municipal de Educação, Alexandre
Schneider. É um episódio de
cinco minutos feito especialmente para o projeto. Mas muita coisa foi aproveitada do próprio acervo da TV Cultura,
sempre seguindo a grade curricular da rede municipal.
"Todo o material foi pensado
levando em conta as dificuldades detectadas nas provas de
avaliação", disse Fernando Almeida, vice-presidente da Fundação Padre Anchieta e secretário de Educação no início da
gestão Marta Suplicy (PT).
O material está sendo impresso e será distribuído em
março para ser usado pelo menos duas vezes por semana em
salas de aula. Nos livros dos
professores os DVDs virão encartados e poderão ser exibidos
nas salas de aula ou de leitura.
O material será atualizado
anualmente, com a participação dos professores que trocarão informações por meio de
um portal. E, para 2011, Schneider e Almeida já pensam em
materiais também de ciências,
inglês, história e geografia.
O projeto pode ser estendido
para outros cidades e Estados,
mas o material feito para São
Paulo deve continuar de uso
exclusivo. "Tem muitos exemplos de São Paulo: o Ibirapuera,
o trânsito, as ruas. Não dá pra
usar isso em outro lugar", afirmou Almeida.
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