São Paulo, quinta-feira, 07 de março de 2002

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Sequestros diminuem em fevereiro

IURI DANTAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Dados da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo mostram aumento de 188% no número de casos de sequestro no primeiro bimestre deste ano quando confrontados com casos do mesmo período de 2001.
A boa notícia é que a quantidade de registros em fevereiro passado corresponde à metade da do primeiro mês deste ano.
Em janeiro do ano passado, houve 15 ocorrências, em fevereiro, dez. Em 2002, já no primeiro mês, foram 48 sequestros. No mês passado, foram 24 casos.
As estatísticas revelam um fato interessante: metade dos crimes solucionados foram resolvidos pela DAS (Divisão Anti-Sequestro). Os demais tiveram atuação de polícia não-especializada ou denúncias da população.
A ofensiva contra o crime começou depois de 20 de janeiro, quando o prefeito de Santo André Celso Daniel (PT) foi encontrado morto, após ter sido sequestrado. A repercussão fez com que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) pedisse empenho da Secretaria da Segurança Pública no combate a esse crime no Estado.
Porém, nos dois primeiros meses do ano, a polícia elucidou menos casos do que em 2001. No ano passado, 43% dos sequestros foram esclarecidos. O percentual caiu para 41% no último bimestre.
Segundo o coronel da reserva, José Vicente da Silva Filho, do Instituto Fernand Braudel, a taxa de casos esclarecidos é "razoável". Mas, acrescenta, é preciso que haja atuação da polícia também nos casos de menos repercussão.
"É preciso consolidar a vitória. A população quer que a polícia se interesse pelos bandidos não famosos que estão aí levando apreensão às vítimas anônimas."
Para o diretor do Ibccrim (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais), Roberto Podval, o investimento para que a polícia consiga solucionar mais casos ainda não foi feito. "Falta investir mais, especialmente nas escolas de formação de policiais. É difícil recuperar o tempo perdido", afirmou.
A Secretaria da Segurança Pública contestou as comparações feitas pela Folha. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, os dados de janeiro a junho de 2001 não abrangem o interior. Os dados só passariam a ter abrangência de todo o Estado após a criação da DAS, naquele mês.
Em dezembro, o ex-secretário da Segurança Pública Marco Vinício Petrelluzzi havia divulgado os números como sendo relativos a todo o Estado de São Paulo.
As taxas de resolução dos casos, diz a assessoria, não podem ser comparadas porque o índice de 43% corresponde a todo o ano de 2001 enquanto os 41% de casos esclarecidos se referem apenas a dois meses de 2002.



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