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Sequestros diminuem em fevereiro
IURI DANTAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Dados da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo
mostram aumento de 188% no
número de casos de sequestro no
primeiro bimestre deste ano
quando confrontados com casos
do mesmo período de 2001.
A boa notícia é que a quantidade de registros em fevereiro passado corresponde à metade da do
primeiro mês deste ano.
Em janeiro do ano passado,
houve 15 ocorrências, em fevereiro, dez. Em 2002, já no primeiro
mês, foram 48 sequestros. No mês
passado, foram 24 casos.
As estatísticas revelam um fato
interessante: metade dos crimes
solucionados foram resolvidos
pela DAS (Divisão Anti-Sequestro). Os demais tiveram atuação
de polícia não-especializada ou
denúncias da população.
A ofensiva contra o crime começou depois de 20 de janeiro,
quando o prefeito de Santo André
Celso Daniel (PT) foi encontrado
morto, após ter sido sequestrado.
A repercussão fez com que o governador Geraldo Alckmin
(PSDB) pedisse empenho da Secretaria da Segurança Pública no
combate a esse crime no Estado.
Porém, nos dois primeiros meses do ano, a polícia elucidou menos casos do que em 2001. No ano
passado, 43% dos sequestros foram esclarecidos. O percentual
caiu para 41% no último bimestre.
Segundo o coronel da reserva,
José Vicente da Silva Filho, do
Instituto Fernand Braudel, a taxa
de casos esclarecidos é "razoável".
Mas, acrescenta, é preciso que haja atuação da polícia também nos
casos de menos repercussão.
"É preciso consolidar a vitória.
A população quer que a polícia se
interesse pelos bandidos não famosos que estão aí levando
apreensão às vítimas anônimas."
Para o diretor do Ibccrim (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais), Roberto Podval, o investimento para que a polícia consiga
solucionar mais casos ainda não
foi feito. "Falta investir mais, especialmente nas escolas de formação de policiais. É difícil recuperar o tempo perdido", afirmou.
A Secretaria da Segurança Pública contestou as comparações
feitas pela Folha. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, os
dados de janeiro a junho de 2001
não abrangem o interior. Os dados só passariam a ter abrangência de todo o Estado após a criação da DAS, naquele mês.
Em dezembro, o ex-secretário
da Segurança Pública Marco Vinício Petrelluzzi havia divulgado
os números como sendo relativos
a todo o Estado de São Paulo.
As taxas de resolução dos casos,
diz a assessoria, não podem ser
comparadas porque o índice de
43% corresponde a todo o ano de
2001 enquanto os 41% de casos esclarecidos se referem apenas a
dois meses de 2002.
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