São Paulo, sábado, 07 de março de 2009

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Mais 12 crianças são identificadas como vítimas de suposta rede de pedofilia

ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO

Outras 12 crianças de Catanduva (interior de SP) foram identificadas como vítimas de uma suposta rede de pedofilia, elevando para 36 o número de meninas e meninos de 5 a 14 anos que disseram ter sofrido abuso. A Justiça recebeu ontem a denúncia oficial das famílias.
Ontem, ao menos quatro vítimas que ainda não estavam relacionadas no grupo inicial de 24 prestaram depoimento. Elas relataram aos promotores detalhes da casa de alto padrão, em bairro nobre da cidade, onde dizem ter sofrido abuso. A suspeita é que a casa seja do médico Wagner Rodrigo Brida Gonçalves, 29.
"Minhas filhas só me contaram ontem [anteontem], após umas coleguinhas abrirem o jogo", disse a mãe de duas meninas incluídas no caso.
Uma outra mãe, que já tinha um filho de 11 anos envolvido, descobriu que as filhas de nove e seis anos também teriam sido fotografadas e sofrido abuso.
"Elas falaram, inclusive, de uma chácara, que até então ninguém tinha citado", afirmou a mãe.
Os promotores, a juíza e a delegada do caso, que participaram dos depoimentos, não dão entrevistas desde a última segunda, quando o processo passou a ser segredo de Justiça.
Ontem, em entrevista coletiva, o advogado José Luís de Oliveira Melo, que faz a defesa do médico, disse que as acusações são "mentirosas e levianas".
"Se essas crianças reconheceram os golfinhos na casa dele [espécie de fonte na piscina], eu rasgo minha carteira da OAB. Ele passou por 11 reconhecimentos e não foi identificado."
A Polícia Federal informou que o inquérito federal sobre o caso foi aberto na última quinta-feira. A atribuição da PF no caso será investigar o destino do material produzido sobre os materiais na internet.

Quebra de sigilo
Anteontem, a CPI da Pedofilia aprovou a quebra do sigilo telefônico de oito suspeitos. Dois deles, o borracheiro José Barra Nova de Melo, 46, e seu sobrinho, William Melo de Sousa, 19, estão presos e dois menores, apreendidos. Os outros são o empresário José Emmanuel Volpon Diogo, 44, o almoxarife Eduardo Augusto Arquino, 19, e André Cano Centurion, 22, filho de comerciante.
Os advogados dos suspeitos não quiseram se pronunciar. Um funcionária do empresário disse que ele estava em viagem.


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