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Mais 12 crianças são identificadas como vítimas de suposta rede de pedofilia
ROBERTO MADUREIRA
DA FOLHA RIBEIRÃO
Outras 12 crianças de Catanduva (interior de SP) foram
identificadas como vítimas de
uma suposta rede de pedofilia,
elevando para 36 o número de
meninas e meninos de 5 a 14
anos que disseram ter sofrido
abuso. A Justiça recebeu ontem
a denúncia oficial das famílias.
Ontem, ao menos quatro vítimas que ainda não estavam relacionadas no grupo inicial de
24 prestaram depoimento. Elas
relataram aos promotores detalhes da casa de alto padrão,
em bairro nobre da cidade, onde dizem ter sofrido abuso. A
suspeita é que a casa seja do
médico Wagner Rodrigo Brida
Gonçalves, 29.
"Minhas filhas só me contaram ontem [anteontem], após
umas coleguinhas abrirem o jogo", disse a mãe de duas meninas incluídas no caso.
Uma outra mãe, que já tinha
um filho de 11 anos envolvido,
descobriu que as filhas de nove
e seis anos também teriam sido
fotografadas e sofrido abuso.
"Elas falaram, inclusive, de
uma chácara, que até então
ninguém tinha citado", afirmou a mãe.
Os promotores, a juíza e a delegada do caso, que participaram dos depoimentos, não dão
entrevistas desde a última segunda, quando o processo passou a ser segredo de Justiça.
Ontem, em entrevista coletiva, o advogado José Luís de Oliveira Melo, que faz a defesa do
médico, disse que as acusações
são "mentirosas e levianas".
"Se essas crianças reconheceram os golfinhos na casa dele
[espécie de fonte na piscina], eu
rasgo minha carteira da OAB.
Ele passou por 11 reconhecimentos e não foi identificado."
A Polícia Federal informou
que o inquérito federal sobre o
caso foi aberto na última quinta-feira. A atribuição da PF no
caso será investigar o destino
do material produzido sobre os
materiais na internet.
Quebra de sigilo
Anteontem, a CPI da Pedofilia aprovou a quebra do sigilo
telefônico de oito suspeitos.
Dois deles, o borracheiro José
Barra Nova de Melo, 46, e seu
sobrinho, William Melo de
Sousa, 19, estão presos e dois
menores, apreendidos. Os outros são o empresário José Emmanuel Volpon Diogo, 44, o almoxarife Eduardo Augusto Arquino, 19, e André Cano Centurion, 22, filho de comerciante.
Os advogados dos suspeitos
não quiseram se pronunciar.
Um funcionária do empresário
disse que ele estava em viagem.
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