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Divulgação irrita ouvidor
da Reportagem Local
A divulgação de uma lista com
os nomes de 262 policiais supostamente envolvidos com o tráfico
de drogas em São Paulo abriu
uma crise ontem entre a Ouvidoria da Polícia do Estado, a CPI estadual do Narcotráfico e a Secretaria da Segurança Pública.
Segundo o ouvidor, Benedito
Domingos Mariano, existe uma
mobilização para desestabilizar a
ouvidoria. Para ele, o vazamento
das informações sobre os policiais
foi uma "leviandade" com o objetivo de atingir o órgão.
De acordo com o ouvidor, a
Procuradoria Geral do Estado, a
Secretaria da Segurança Pública e
o presidente da CPI, deputado estadual Dimas Ramalho (PPS), tinham cópias da lista. Ele mostrou
cópias de ofícios informando às
três autoridades que se tratavam
de relatório confidencial.
Segundo Mariano, a articulação
contra a ouvidoria partiria de pessoas que têm preocupação com a
transparência que o órgão impõe
às Polícias Civil e Militar. "É gente
que não gosta da ouvidoria."
Ontem de manhã, Mariano esteve reunido com o secretário da
Segurança, Marco Vinicio Petrelluzzi. "Ele não demonstrou preocupação, mas eu fui informá-lo de
que não foi a ouvidoria que forneceu a lista de denunciados."
Mariano considerou um desrespeito aos policiais a divulgação da
lista, já que 79% dos casos ainda
não foram apurados. "Isso vai
atrapalhar as investigações e expor policiais indevidamente."
Segundo o ouvidor, a lista completa tem 491 nomes. Os 262 que
foram divulgados são apenas a
parte que a CPI do Narcotráfico
recebeu.
"Não posso acusar a CPI porque
tenho a palavra do presidente de
que os deputados não vazaram a
informação", disse Mariano.
"Não gostamos do vazamento.
Jamais algum deputado divulgaria a lista, porque todos os nomes
estão sendo investigados por nós.
Recebemos a lista há um mês e estávamos preparando convocações de alguns dos nomes", disse
Dimas Ramalho.
O deputado argumentou que
agora a consequência da divulgação da lista deve ser a agilização
dos afastamentos de policiais.
"Não queremos desestabilizar a
ouvidoria nem a Secretaria da Segurança, só queremos a punição
dos maus policiais", afirmou.
O secretário da Segurança Pública, Marco Vinicio Petrelluzzi,
não atendeu a Folha ontem para
comentar o caso.
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