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Sumiço de pastas é investigado
da Reportagem Local
A Polícia Civil irá investigar o
sumiço das pastas com as digitais
do assaltante Alexandre Pires Ferreira, 26, que estavam arquivadas
no IRGD (Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt),
órgão que expede carteiras de
identidade em São Paulo.
Ferreira fugiu misteriosamente
do interior da carceragem do Depatri (Departamento de Investigações sobre Crimes Patrimoniais), em 1º de março, e reapareceu esta semana, após ser preso
assaltando um prédio de classe alta e portando uma carteira de
identidade falsificada.
Nas pastas que desapareceram
estavam as provas de que o assaltante é Ferreira, foragido da Justiça, e não Pedro Felipe da Costa
-nome falso que ele usou ao ser
preso-, que não possui antecedentes. É como se ele tivesse sido
apagado dos arquivos da polícia.
A falha foi descoberta pela Corregedoria, na sindicância aberta
para apurar se houve facilitação
dos carcereiros. Ao pedir a foto do
fugitivo, o delegado do caso recebeu como resposta que o prontuário não havia sido localizado.
O órgão é responsável por arquivar todas as impressões digitais
dos paulistas.
Os disfarce do assaltante só foi
descoberto no dia da prisão porque um delegado do Depatri o reconheceu, o mesmo que o prendeu após o roubo no parque temático Hopi Hari, em Vinhedo
(85 km de SP), em janeiro.
""O prontuário pode ter sido retirado para digitação e, por isso,
extraviou-se. Não é normal isso
acontecer", disse o delegado-geral
da Polícia Civil, Marco Antonio
Desgualdo, que ontem confirmou
a investigação da Corregedoria.
Em oito meses, o assaltante fugiu duas vezes de cadeias no Estado. No ano passado, em junho, ele
escapou da Penitenciária Nilton
Silva, em Franco da Rocha, na
Grande São Paulo. Ele serrou as
grades da cela, pulou um alambrado e escalou uma muralha de
nove metros sem ser notado.
Anteontem, Ferreira disse à
Corregedoria que saiu da carceragem vestido de mulher, sem ser
percebido pelos carcereiros.
Apesar da coincidência, entre a
fuga do Depatri e o sumiço dos
documentos do IRGD, Desgualdo
acha que é cedo para dizer se há
um esquema de facilitação de fuga. ""Costuma-se dizer que onde
existe uma série de coincidências,
deixa de ser coincidência e se torna um fato. Mas precisamos ter
provas", disse.
(AS)
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