São Paulo, sexta-feira, 07 de abril de 2000


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Sumiço de pastas é investigado

da Reportagem Local

A Polícia Civil irá investigar o sumiço das pastas com as digitais do assaltante Alexandre Pires Ferreira, 26, que estavam arquivadas no IRGD (Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt), órgão que expede carteiras de identidade em São Paulo.
Ferreira fugiu misteriosamente do interior da carceragem do Depatri (Departamento de Investigações sobre Crimes Patrimoniais), em 1º de março, e reapareceu esta semana, após ser preso assaltando um prédio de classe alta e portando uma carteira de identidade falsificada.
Nas pastas que desapareceram estavam as provas de que o assaltante é Ferreira, foragido da Justiça, e não Pedro Felipe da Costa -nome falso que ele usou ao ser preso-, que não possui antecedentes. É como se ele tivesse sido apagado dos arquivos da polícia.
A falha foi descoberta pela Corregedoria, na sindicância aberta para apurar se houve facilitação dos carcereiros. Ao pedir a foto do fugitivo, o delegado do caso recebeu como resposta que o prontuário não havia sido localizado. O órgão é responsável por arquivar todas as impressões digitais dos paulistas.
Os disfarce do assaltante só foi descoberto no dia da prisão porque um delegado do Depatri o reconheceu, o mesmo que o prendeu após o roubo no parque temático Hopi Hari, em Vinhedo (85 km de SP), em janeiro.
""O prontuário pode ter sido retirado para digitação e, por isso, extraviou-se. Não é normal isso acontecer", disse o delegado-geral da Polícia Civil, Marco Antonio Desgualdo, que ontem confirmou a investigação da Corregedoria.
Em oito meses, o assaltante fugiu duas vezes de cadeias no Estado. No ano passado, em junho, ele escapou da Penitenciária Nilton Silva, em Franco da Rocha, na Grande São Paulo. Ele serrou as grades da cela, pulou um alambrado e escalou uma muralha de nove metros sem ser notado.
Anteontem, Ferreira disse à Corregedoria que saiu da carceragem vestido de mulher, sem ser percebido pelos carcereiros.
Apesar da coincidência, entre a fuga do Depatri e o sumiço dos documentos do IRGD, Desgualdo acha que é cedo para dizer se há um esquema de facilitação de fuga. ""Costuma-se dizer que onde existe uma série de coincidências, deixa de ser coincidência e se torna um fato. Mas precisamos ter provas", disse. (AS)


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