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AMBIENTE
Taxa do lixo impulsiona reciclagem
ADRIANA REIS
DO "AGORA"
A vontade de participar de um
projeto de reciclagem era antiga,
mas foram os R$ 12 de taxa de lixo
que fizeram a assistente financeira Rute Fernandes da Silva, 29,
procurar uma cooperativa de catadores de material reciclável.
Na última sexta, ela foi à Coopamare (Cooperativa de Catadores
de Papel, Aparas e Materiais Reaproveitáveis), em Perdizes (zona
oeste), pedindo informações. Silva e os vizinhos querem implantar a coleta seletiva no condomínio onde moram, na Mooca (zona
leste). São 30 novas famílias empurradas à reciclagem.
"Com a cobrança, a prefeitura
cavou um espaço para aumentar
a reciclagem. É assim mesmo. A
conscientização só vem quando
mexem no bolso", admite Silva.
A taxa do lixo é cobrada de
acordo com o que a prefeitura supõe ser a média mensal da produção de resíduos de cada imóvel,
excluindo o que foi encaminhado
à reciclagem. Ela varia de R$ 6,14 a
R$ 61,36 por mês, mas o contribuinte pode discordar da estimativa do governo e pagar o valor
que achar mais correto.
O caso da assistente financeira
não é isolado. Cada uma à sua
maneira, as cooperativas da capital têm termômetros que indicam
o aquecimento desse mercado.
"Desde que as discussões da taxa começaram, o número de ligações cresceu. Hoje recebemos uns
50 telefonemas por dia. Antes,
eram uns dez. Os interessados
querem doar material e pagar menos", conta Naza Tomas, auxiliar
de coordenação da Coorpel (Cooperação na Reciclagem de Papel).
"Até o começo do ano, tínhamos cerca de cem locais cadastrados [para entrega de recicláveis].
Hoje temos uma lista de espera de
mais cem endereços", diz a agente
educacional da Coopamare, Célia
Alves de Souza. O aumento de demanda é confirmado pela Organização do Auxílio Fraterno, que
apóia grupos de catadores.
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