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São Paulo, segunda-feira, 07 de abril de 2003

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AMBIENTE

Taxa do lixo impulsiona reciclagem

ADRIANA REIS
DO "AGORA"

A vontade de participar de um projeto de reciclagem era antiga, mas foram os R$ 12 de taxa de lixo que fizeram a assistente financeira Rute Fernandes da Silva, 29, procurar uma cooperativa de catadores de material reciclável.
Na última sexta, ela foi à Coopamare (Cooperativa de Catadores de Papel, Aparas e Materiais Reaproveitáveis), em Perdizes (zona oeste), pedindo informações. Silva e os vizinhos querem implantar a coleta seletiva no condomínio onde moram, na Mooca (zona leste). São 30 novas famílias empurradas à reciclagem.
"Com a cobrança, a prefeitura cavou um espaço para aumentar a reciclagem. É assim mesmo. A conscientização só vem quando mexem no bolso", admite Silva.
A taxa do lixo é cobrada de acordo com o que a prefeitura supõe ser a média mensal da produção de resíduos de cada imóvel, excluindo o que foi encaminhado à reciclagem. Ela varia de R$ 6,14 a R$ 61,36 por mês, mas o contribuinte pode discordar da estimativa do governo e pagar o valor que achar mais correto.
O caso da assistente financeira não é isolado. Cada uma à sua maneira, as cooperativas da capital têm termômetros que indicam o aquecimento desse mercado.
"Desde que as discussões da taxa começaram, o número de ligações cresceu. Hoje recebemos uns 50 telefonemas por dia. Antes, eram uns dez. Os interessados querem doar material e pagar menos", conta Naza Tomas, auxiliar de coordenação da Coorpel (Cooperação na Reciclagem de Papel).
"Até o começo do ano, tínhamos cerca de cem locais cadastrados [para entrega de recicláveis]. Hoje temos uma lista de espera de mais cem endereços", diz a agente educacional da Coopamare, Célia Alves de Souza. O aumento de demanda é confirmado pela Organização do Auxílio Fraterno, que apóia grupos de catadores.


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