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ESTELIONATO
Um irmão e um sobrinho do artista plástico são acusados pela polícia de furtar e falsificar dezenas de obras
Parentes de Siron Franco são presos em GO
ADRIANA CHAVES
DA AGÊNCIA FOLHA
A Deic (Delegacia Estadual de
Investigações Criminais) de Goiás
prendeu um irmão e um sobrinho
do artista plástico Siron Franco.
Eles são acusados de furtar e falsificar dezenas de obras do artista,
comercializadas principalmente
em Brasília. A Polícia Federal tenta agora rastrear as obras em outras regiões do país.
Darci França Franco, 58, e seu
filho Darci França Franco Júnior,
34, detidos preventivamente anteontem, por determinação do
juiz Jesseir Coelho de Alcântara,
da Vara Criminal de Goiânia, foram encaminhados ao Centro de
Prisão Provisória ontem.
Outro sobrinho de Siron Franco
e um quarto envolvido no caso
também tiveram o pedido de prisão decretado e estão foragidos.
Segundo o delegado Jerônimo
Borges, responsável pelo caso, os
quatro foram indiciados por furto, estelionato e formação de quadrilha. Borges disse ainda que os
presos chegaram a ser surpreendidos tentando coagir vítimas por
telefone, já na delegacia. "Eles
roubavam, falsificavam e vendiam as obras. Encontramos falsificações vendidas por Darci Franco e por seu filho. O outro sobrinho roubava dos ateliês em Goiânia e em Aparecida de Goiânia."
A investigação, remetida para a
Justiça ontem, corria desde 2002
e, segundo Borges, demorou porque as falsificações foram periciadas. Não se sabe ainda o total de
obras negociadas pelo grupo.
Segundo Siron Franco, pelo menos quatro obras foram falsificadas e outras dezenas furtadas, incluindo mais de 80 cerâmicas, 20
pinturas e 125 guaches. O preço
cobrado é de cerca de R$ 6.000.
"As falsificações não me preocupam porque são grosseiras e nunca seriam aceitas por galerias. Eles
vendem para quem não tem tanto
conhecimento de arte. O problema são as obras roubadas. Não
me interessa o valor comercial delas, são importantes porque iriam
para a fundação que pretendia
construir em Goiânia."
Franco disse que sempre soube
da participação do irmão. Ele informou que o grupo invadiu oito
vezes seus ateliês nos últimos três
anos, driblando sistemas de segurança, e o ameaçou por telefone.
"De 13 irmãos, ele [o preso] é o
único desonesto: responde a 16
processos criminais em São Paulo", disse Franco. O advogado dos
acusados não foi localizado ontem pela Folha. Segundo a polícia,
os detidos negaram as acusações.
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