São Paulo, quarta-feira, 07 de abril de 2004

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ESTELIONATO

Um irmão e um sobrinho do artista plástico são acusados pela polícia de furtar e falsificar dezenas de obras

Parentes de Siron Franco são presos em GO

ADRIANA CHAVES
DA AGÊNCIA FOLHA

A Deic (Delegacia Estadual de Investigações Criminais) de Goiás prendeu um irmão e um sobrinho do artista plástico Siron Franco. Eles são acusados de furtar e falsificar dezenas de obras do artista, comercializadas principalmente em Brasília. A Polícia Federal tenta agora rastrear as obras em outras regiões do país.
Darci França Franco, 58, e seu filho Darci França Franco Júnior, 34, detidos preventivamente anteontem, por determinação do juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da Vara Criminal de Goiânia, foram encaminhados ao Centro de Prisão Provisória ontem.
Outro sobrinho de Siron Franco e um quarto envolvido no caso também tiveram o pedido de prisão decretado e estão foragidos.
Segundo o delegado Jerônimo Borges, responsável pelo caso, os quatro foram indiciados por furto, estelionato e formação de quadrilha. Borges disse ainda que os presos chegaram a ser surpreendidos tentando coagir vítimas por telefone, já na delegacia. "Eles roubavam, falsificavam e vendiam as obras. Encontramos falsificações vendidas por Darci Franco e por seu filho. O outro sobrinho roubava dos ateliês em Goiânia e em Aparecida de Goiânia."
A investigação, remetida para a Justiça ontem, corria desde 2002 e, segundo Borges, demorou porque as falsificações foram periciadas. Não se sabe ainda o total de obras negociadas pelo grupo.
Segundo Siron Franco, pelo menos quatro obras foram falsificadas e outras dezenas furtadas, incluindo mais de 80 cerâmicas, 20 pinturas e 125 guaches. O preço cobrado é de cerca de R$ 6.000. "As falsificações não me preocupam porque são grosseiras e nunca seriam aceitas por galerias. Eles vendem para quem não tem tanto conhecimento de arte. O problema são as obras roubadas. Não me interessa o valor comercial delas, são importantes porque iriam para a fundação que pretendia construir em Goiânia."
Franco disse que sempre soube da participação do irmão. Ele informou que o grupo invadiu oito vezes seus ateliês nos últimos três anos, driblando sistemas de segurança, e o ameaçou por telefone.
"De 13 irmãos, ele [o preso] é o único desonesto: responde a 16 processos criminais em São Paulo", disse Franco. O advogado dos acusados não foi localizado ontem pela Folha. Segundo a polícia, os detidos negaram as acusações.


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