São Paulo, quinta-feira, 07 de abril de 2005

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NOVO CRITÉRIO

Gravidade do paciente será levada em conta

Ministério da Saúde vai mudar regra para fila de transplante de fígado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Saúde deve começar a implantar em dois meses os novos critérios da ordem da fila de espera para transplantes de fígado, definidos em março pela câmara técnica do setor. As regras foram criticadas pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, contrária à mudança.
A modificação aprovada prevê que seja levado em consideração o estado de gravidade do paciente, e não mais o tempo de espera na fila, que vinha sendo adotado desde 1998. Segundo o Ministério da Saúde, isso significa que, quando houver um órgão disponível, terá prioridade o paciente que apresentar o quadro clínico mais grave, não o que estiver há mais tempo na lista de espera.
A medida terá validade para todo o país, mas somente para os casos de transplante de fígado. Começará a ter validade após a publicação de portarias com a decisão da câmara e depois que o governo fizer a adaptação no sistema de gerenciamento.
Há mais câmaras discutindo mudanças em transplantes de outros tipos de órgão, mas elas ainda não foram definidas. Para cada tipo de transplante há uma câmara técnica, composta por sete integrantes -especialistas da área-, e ligada ao sistema nacional do Ministério da Saúde. No caso de fígado, as novas medidas foram debatidas durante mais de um ano e aprovadas por cinco dos sete membros da câmara.
Para determinar o estado de gravidade do paciente, o ministério pretende usar um sistema chamado Meld/Peld, que já funciona nos Estados Unidos.
Com ele, é possível detectar a expectativa de vida de um paciente na fila de espera, podendo obter resultados entre o menor e o maior risco ou gravidade.
Os pacientes à espera de transplante de fígado passarão por testes periódicos para que sejam encaixados na fila.
De acordo com estudo divulgado pelo Ministério da Saúde, 61% dos 6.200 pacientes que estão na fila não têm indicação para receber o transplante porque estão com quadro clínico precoce, o que tornaria a cirurgia mais perigosa do que a própria doença.
O trabalho foi feito entre novembro de 2004 e janeiro deste ano em parceria com as centrais estaduais de transplantes. Atualmente, a espera na fila pode chegar a 51 meses.


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