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EDUCAÇÃO
Sindicato aponta rebaixamento salarial como principal motivo para paralisação; hoje haverá ato na Paulista
Greve dos professores municipais já é a mais longa desde 87
DA REPORTAGEM LOCAL
A greve dos professores e funcionários das escolas municipais,
que já dura dez dias, é a mais longa da rede desde 1987. Hoje haverá nova assembléia, mas a tendência é que a paralisação continue.
O levantamento foi feito pelo
Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo). Em 1987, a
greve durou 17 dias. A Secretaria
da Educação afirmou que não
possui tal contabilização.
Para o presidente do Sinpeem,
Claudio Fonseca, "o rebaixamento salarial dos últimos anos" é
uma das principais causas para a
atual mobilização. A categoria reivindica que o salário inicial seja de
R$ 960. Hoje um docente com ensino superior e jornada de 20 horas semanais ganha R$ 615.
Se por um lado a greve está sendo usada para pressionar o prefeito Gilberto Kassab (PFL) a conceder aumento salarial, por outro a
paralisação irrita pais de alunos.
"Para onde vou, preciso levar o
meu filho. Ele está há uma semana sem aula", disse Maria do Carmo, 34, mãe de um estudante da
Emef Marechal Esperidião Rosas,
no Jaguaré (zona oeste de SP).
Apesar da reclamação de pais, a
tendência na assembléia de hoje é
que a paralisação seja mantida.
"Até agora, não tivemos proposta
da prefeitura", disse Fonseca. O
ato está marcado para as 14h, no
vão livre do Masp, na av. Paulista.
O secretário de Gestão, Januário
Montone, afirmou que já foi feita
uma proposta à categoria, de pagamento em julho de R$ 350, referente à gratificação por desenvolvimento educacional. "Eles não
aceitaram. Agora, é esperar eles
voltarem. Fazemos um apelo aos
professores que retornem às aulas." Na próxima semana, a prefeitura poderá fazer uma proposta de reajuste salarial.
Segundo o Sinpeem, a paralisação atinge 75% das escolas da rede, totalmente ou parcialmente.
Já a prefeitura afirma que em 10%
das unidades a paralisação é intensa e em outras 10%, menos intensa -nos outros 80%, as atividades estão normais.
Procurado pela Folha, o novo
secretário da Educação, Alexandre Schneider, informou, por
meio da assessoria de sua pasta,
que apenas a Gestão pode se manifestar sobre o assunto.
(FÁBIO TAKAHASHI)
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