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Cidade do interior paga
até R$ 1.000 a morador de
casa sem foco do mosquito
Nelson Almeida/Folha Imagem
| Com casa sem foco da dengue, Rita de Cássia ganhou R$ 1.000 |
DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA RIBEIRÃO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
Dinheiro e televisores em
troca de casa livre de criadouros do Aedes aegypti, limpeza
de calhas e distribuição de telas
e capas para caixa-d'água. São
algumas das iniciativas de prefeituras do interior do Estado
no combate ao mosquito.
Em Sumaré (118 km de SP),
que viveu uma epidemia da
dengue em 2007, a prefeitura
distribui um total de R$ 50 mil
a moradores cujas casas ou terrenos estiverem isentos de
criadouros. O morador sorteado ganha R$ 1.000, e seus dois
vizinhos, R$ 500 cada um.
O projeto do prefeito José
Antonio Bacchim (PT) foi
aprovado por unanimidade pela Câmara em dezembro. O
sorteio da casa do morador é
por meio do código do IPTU.
A partir da casa sorteada, a
prefeitura escolhe dois vizinhos (um da direita e um da esquerda). O dinheiro só é dado
se os três moradores estiverem
com a casa em ordem. Na semana passada, o prêmio acumulou três vezes porque foram
encontrados criadouros do
mosquito nas casas vistoriadas.
A sorteada Ana Cláudia de
Souza, 25, não ganhou o prêmio porque havia acúmulo de
água em uma lona de piscina
no quintal. "Sempre escôo a
água. Mas choveu à noite e ainda não tive tempo de fazer isso", disse ela na quinta-feira.
Mesmo que tivesse escoado a
água, Ana não ganharia os
R$ 1.000 porque sua casa fica
entre dois terrenos baldios, onde foram encontrados criadouros do mosquito. No dia anterior, a moradora Rita de Cássia
Lourenço e seus vizinhos ganharam um total de
R$ 2.000. "O dinheiro é bom,
mas o mais importante é a prevenção", afirma Rita.
Em Araraquara, onde 477
pessoas contraíram a doença
neste ano, a Secretaria da Saúde apelou para o sorteio de televisões 29 polegadas para
quem mantiver a casa livre de
criadouros da doença.
Para ser premiado, não basta
o morador se livrar dos criadouros do mosquito. É preciso
que os três vizinhos da esquerda e os três vizinhos da direita
também façam o mesmo.
Já foram realizados quatro
sorteios na cidade. A aposentada Nadir Mazon foi a ganhadora do terceiro sorteio, realizado
no último dia 28. "Eu achei ótima [a idéia do sorteio], porque
a dengue acontece por falta de
limpeza, por falta de higiene
das pessoas", disse.
Campo Grande
Com 45 mil casos suspeitos
só no primeiro trimestre do
ano passado, Campo Grande
(MS) conteve a epidemia e, em
2008, vem obtendo números
inferiores aos da fase crítica.
Uma medida que ajudou a
melhorar a situação, segundo a
prefeitura, foi a adoção de uma
gincana -com prêmios entre
R$ 5.000 e R$ 20 mil em dinheiro- para premiar aqueles
que recolhessem, pelas ruas e
terrenos, a maior quantidade
de potenciais criadouros.
De janeiro a março deste ano,
segundo a Secretaria Municipal
da Saúde, foram notificados
669 casos suspeitos -queda de
98,5%, em relação ao mesmo
período de 2007. Os casos confirmados também caíram
(98%), de 3.944 para 78 casos.
Além da gincana, foi criado o
"Disque Dengue" para denúncias de situações de risco. As
medidas, de acordo com a prefeitura, custaram R$ 5 milhões.
(CC, MP, LR e RODRIGO VARGAS)
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