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Rio poupa em drenagem e investe em encosta
DA SUCURSAL DO RIO
A Prefeitura do Rio de Janeiro reduziu entre os anos de
2008 e 2009 os gastos com implantação de novas estruturas
de macrodrenagens na cidade.
A redução é da ordem de
65%, de acordo com o levantamento do gabinete de Andrea
Gouveia Vieira (PSDB), vereadora que faz oposição ao prefeito Eduardo Paes (PMDB).
O mesmo levantamento, no
entanto, indica que houve uma
alta de 48,6% nas despesas com
medidas voltadas a evitar deslizamentos e monitorar encostas
-especialistas ouvidos pela
Folha dizem, no entanto, que
esse monitoramento é falho.
Houve alta também, de acordo com os dados levantados pela parlamentar tucana, nos gastos com manutenção e limpeza
de bueiros: cerca de 39%.
A maioria das mortes de ontem ocorreu em razão de deslizamentos de barrancos. Mas os
alagamentos pararam a cidade.
A maior queda de gastos a
partir do primeiro ano de gestão de Paes ocorreu na área de
planejamento de novas estruturas de macrodrenagens, canalização de rios e outras obras
para melhorar os escoamentos
das águas de rios do município.
Para Gouveia Vieira, o prefeito não pode ser culpado em razão da situação em que encontrou a cidade. Mas diz que ele
precisa planejar investimentos.
"Investiram muito na limpeza de bueiros, o que é bom. Mas
se não cuidar das bacias hidrográficas, do escoamento das
águas fluviais, não adianta porque a cidade precisa de um conjunto de medidas", afirma ela.
A prefeitura diminuiu a taxa
de investimentos no ano passado para 3%, temendo a crise financeira internacional -a média histórica é de 10%.
"Cautela era sempre bom,
mas falta planejamento. O prefeito vai ter que se planejar",
afirma a vereadora do PSDB.
De acordo com os dados, o
gasto feito com a implantação
de novas macrodrenagens caiu
de R$ 36 milhões em 2008 para
R$ 12 milhões em 2009.
Outro lado
Paes afirma que há planos da
prefeitura de macrodrenagem
contratados para a baixada de
Jacarepaguá, principal bacia
hidrográfica da cidade.
"Há um conjunto de intervenções acontecendo na cidade
e uma série em licitação para
acontecer", disse ontem o prefeito. Paes afirmou, no entanto,
esta não era uma boa hora para
se preocupar "com números".
"São números que não vou
me preocupar em levantar hoje. Não vou ficar em guerrinha
de números nem alimentar
urubus, corvos da desgraça
alheia. Essa questão de números, quem é culpado e quem
não é. A prefeitura vai dar as informações quando a situação
estiver estabilizada", disse.
(ITALO NOGUEIRA)
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