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foco
São Paulo ganhará centro de informações turísticas especial para público GLS
LETICIA DE CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL
São Paulo vai ganhar, em
maio, o primeiro Centro de
Informações Turísticas (CIT)
voltado especialmente para o
público GLS do Brasil. O serviço funcionará na Associação Casarão Brasil, (r. Frei
Caneca, 1.057), ONG que, em
2008, encaminhou um polêmico projeto de lei à Câmara
Municipal pedindo a mudança do nome da Frei Caneca
para "rua Gay".
Se, dois anos atrás, o projeto provocou a ira de moradores, hoje a novidade foi bem
recebida. "O público gay nunca foi um problema e jamais
será. Acho excelente que a cidade ofereça esse tipo de serviço", diz Célia Marcondes,
presidente da Sociedade dos
Amigos e Moradores do Bairro Cerqueira César (Samorcc), que liderou, na época, o levante contra o projeto
de mudança do nome da rua.
"É positiva a criação de um
centro de informações, seja
para qual público for. Nosso
problema é com locais que
reúnem pessoas para fazer algazarra", diz a moradora Vera
Gomes, 55, frequentadora assídua da Paróquia do Espírito
Santo, ao lado do Casarão.
Além de informações gerais sobre a cidade, o CIT GLS
vai distribuir kits com material sobre boates, lojas, bares,
agências de viagem, hotéis e
saunas voltadas para o público gay ou que sejam simplesmente "gay friendly".
O serviço é uma parceria
entre a SPTuris, órgão ligado
à prefeitura, e a Associação
Brasileira de Turismo para
Gays (Abrat-GLS). O atendimento será feito por três estagiários de turismo, treinados
por equipes dos dois órgãos.
Em tempos politicamente
corretos, o atendimento obedecerá o protocolo de boas
maneiras do meio, seguindo
um manual lançado em fevereiro pela Abglt (Associação
Brasileira de Gays, Lésbicas,
Travestis e Transgêneros).
"Nossos estagiários serão
treinados, por exemplo, sobre
como tratar uma travesti. A
orientação é que ela seja sempre chamada pelo nome social e não necessariamente
pelo nome que está no documento. Se quiser ir ao banheiro, indicaremos tanto o masculino quanto o feminino. Fica a critério da pessoa decidir", afirma Almir Vieira Nascimento, 52, presidente da
Abrat-GLS.
Para o diretor de turismo e
entretenimento da SPTuris,
Luis Salles, o sucesso da Parada Gay paulistana -que no
ano passado atraiu cerca de
400 mil turistas para a cidade- gerou a necessidade de
um atendimento personalizado para esse público. "A cidade precisa atender bem todo mundo."
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