São Paulo, quarta-feira, 07 de abril de 2010

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São Paulo ganhará centro de informações turísticas especial para público GLS

LETICIA DE CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL

São Paulo vai ganhar, em maio, o primeiro Centro de Informações Turísticas (CIT) voltado especialmente para o público GLS do Brasil. O serviço funcionará na Associação Casarão Brasil, (r. Frei Caneca, 1.057), ONG que, em 2008, encaminhou um polêmico projeto de lei à Câmara Municipal pedindo a mudança do nome da Frei Caneca para "rua Gay".
Se, dois anos atrás, o projeto provocou a ira de moradores, hoje a novidade foi bem recebida. "O público gay nunca foi um problema e jamais será. Acho excelente que a cidade ofereça esse tipo de serviço", diz Célia Marcondes, presidente da Sociedade dos Amigos e Moradores do Bairro Cerqueira César (Samorcc), que liderou, na época, o levante contra o projeto de mudança do nome da rua.
"É positiva a criação de um centro de informações, seja para qual público for. Nosso problema é com locais que reúnem pessoas para fazer algazarra", diz a moradora Vera Gomes, 55, frequentadora assídua da Paróquia do Espírito Santo, ao lado do Casarão.
Além de informações gerais sobre a cidade, o CIT GLS vai distribuir kits com material sobre boates, lojas, bares, agências de viagem, hotéis e saunas voltadas para o público gay ou que sejam simplesmente "gay friendly".
O serviço é uma parceria entre a SPTuris, órgão ligado à prefeitura, e a Associação Brasileira de Turismo para Gays (Abrat-GLS). O atendimento será feito por três estagiários de turismo, treinados por equipes dos dois órgãos.
Em tempos politicamente corretos, o atendimento obedecerá o protocolo de boas maneiras do meio, seguindo um manual lançado em fevereiro pela Abglt (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Travestis e Transgêneros).
"Nossos estagiários serão treinados, por exemplo, sobre como tratar uma travesti. A orientação é que ela seja sempre chamada pelo nome social e não necessariamente pelo nome que está no documento. Se quiser ir ao banheiro, indicaremos tanto o masculino quanto o feminino. Fica a critério da pessoa decidir", afirma Almir Vieira Nascimento, 52, presidente da Abrat-GLS.
Para o diretor de turismo e entretenimento da SPTuris, Luis Salles, o sucesso da Parada Gay paulistana -que no ano passado atraiu cerca de 400 mil turistas para a cidade- gerou a necessidade de um atendimento personalizado para esse público. "A cidade precisa atender bem todo mundo."


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