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Sorteados demoram a obter prêmio
em São Paulo
da Reportagem Local
O vendedor Arnaldo Gomes da
Silva, 45, gastou uma semana e
meia para descobrir o número do
telefone da Top Vida. Ele acertou
os 21 pontos na edição laranja,
que terminou no último dia 11 de
março, e tem direito de receber
um prêmio de R$ 700 mil
-quantia que poderia juntar somente ao longo de 29 anos de trabalho sem gastar nada com a mulher e os filhos.
Silva disse que tentou primeiro
o serviço de atendimento ao
cliente, mas não conseguiu nem
sequer o endereço da empresa.
Passou, então, pela empresa que
faz a auditoria do sorteio, citada
na cartela, e pelas emissoras Record e Bandeirantes, em São Paulo, que já transmitiram as promoções. Nada resolveu.
"Achei o telefone do tal de Ricardo (Souto) por acaso graças a
um amigo que tinha vendido
brindes para a empresa dele."
No primeiro contato, terça-feira
passada, ele chegou a enviar cópia
da cartela premiada. Só obteve
resposta três dias depois, quando
a Folha procurava os donos da
Top Vida para saber por que os
prêmios não estavam sendo entregues. "Disseram que pagam
em 30 dias, mas meu direito para
reclamar o prêmio vence em 180
dias, ou seja, dia 11 de junho."
Outros dois participantes da
promoção esperam resposta da
Top Vida e também tiveram dificuldades para localizar os representantes da empresa.
O aposentado Nelson Mostaço
acredita que fez os 21 pontos e recorreu ao Ministério da Justiça
para tentar receber o prêmio de
R$ 700 mil. Segundo o aposentado, o atendimento ao público é
precário e "tem como finalidade
confundir as pessoas".
A Top Vida informou, por meio
de seus advogados, que Mostaço
se enganou ao conferir a cartela.
O caminhoneiro Manoel Henrique da Silva deu festa ao saber, no
último dia 22, que havia feito os 21
pontos na cartela da série verde.
Depois dos desencontros para
chegar à empresa, ele conseguiu
ser encaminhado para a entrega
de prêmios -na semana em que
a Folha tentava localizar os ganhadores.
José Fabiano Barroso Uchôa, de
Cachoeiro do Itapemirim (ES),
demorou quase três meses até receber o carro zero-quilômetro.
Precisou levar o caso ao Ministério da Justiça.
No meio do caminho, disse que
gravou a entrega simbólica do
prêmio no programa Raul Gil, da
Record, quando a emissora ainda
transmitia o sorteio.
No último dia 27, recebeu depósito em sua conta corrente no valor de R$ 15 mil.
Segundo as regras, o premiado
tem 180 dias para reclamar o prêmio. Caso contrário, o valor é entregue ao governo federal.
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