São Paulo, domingo, 07 de maio de 2000


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Sorteados demoram a obter prêmio

em São Paulo

da Reportagem Local

O vendedor Arnaldo Gomes da Silva, 45, gastou uma semana e meia para descobrir o número do telefone da Top Vida. Ele acertou os 21 pontos na edição laranja, que terminou no último dia 11 de março, e tem direito de receber um prêmio de R$ 700 mil -quantia que poderia juntar somente ao longo de 29 anos de trabalho sem gastar nada com a mulher e os filhos.
Silva disse que tentou primeiro o serviço de atendimento ao cliente, mas não conseguiu nem sequer o endereço da empresa.
Passou, então, pela empresa que faz a auditoria do sorteio, citada na cartela, e pelas emissoras Record e Bandeirantes, em São Paulo, que já transmitiram as promoções. Nada resolveu.
"Achei o telefone do tal de Ricardo (Souto) por acaso graças a um amigo que tinha vendido brindes para a empresa dele."
No primeiro contato, terça-feira passada, ele chegou a enviar cópia da cartela premiada. Só obteve resposta três dias depois, quando a Folha procurava os donos da Top Vida para saber por que os prêmios não estavam sendo entregues. "Disseram que pagam em 30 dias, mas meu direito para reclamar o prêmio vence em 180 dias, ou seja, dia 11 de junho."
Outros dois participantes da promoção esperam resposta da Top Vida e também tiveram dificuldades para localizar os representantes da empresa.
O aposentado Nelson Mostaço acredita que fez os 21 pontos e recorreu ao Ministério da Justiça para tentar receber o prêmio de R$ 700 mil. Segundo o aposentado, o atendimento ao público é precário e "tem como finalidade confundir as pessoas".
A Top Vida informou, por meio de seus advogados, que Mostaço se enganou ao conferir a cartela.
O caminhoneiro Manoel Henrique da Silva deu festa ao saber, no último dia 22, que havia feito os 21 pontos na cartela da série verde.
Depois dos desencontros para chegar à empresa, ele conseguiu ser encaminhado para a entrega de prêmios -na semana em que a Folha tentava localizar os ganhadores.
José Fabiano Barroso Uchôa, de Cachoeiro do Itapemirim (ES), demorou quase três meses até receber o carro zero-quilômetro. Precisou levar o caso ao Ministério da Justiça.
No meio do caminho, disse que gravou a entrega simbólica do prêmio no programa Raul Gil, da Record, quando a emissora ainda transmitia o sorteio.
No último dia 27, recebeu depósito em sua conta corrente no valor de R$ 15 mil.
Segundo as regras, o premiado tem 180 dias para reclamar o prêmio. Caso contrário, o valor é entregue ao governo federal.


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