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Cidade protesta contra "hóspede"
CRISTIANO MACHADO
FREE-LANCE DA AGÊNCIA FOLHA
O retorno de Beira-Mar ao presídio de Presidente Bernardes deixou os moradores da cidade insatisfeitos até mesmo com o prefeito, o padre Umberto Laércio Bastos de Souza (PTB).
Ao chegar à prefeitura, na manhã de ontem, ele foi questionado
por eleitores, principalmente, sobre o período de permanência do
criminoso na unidade.
""Aqui não é o lugar dele (Beira-Mar). Se cometeu crimes no Rio,
que fique por lá", disse a empregada doméstica Valdecira da Silva. Para o bancário Edmílson Dinozete Milhorança, Bernardes
""perdeu o sossego". ""Antes a gente podia deixar o carro e a casa
abertos que não acontecia nada.
Agora todo cuidado é pouco."
O prefeito relatou que só teve
conhecimento do retorno de Beira-Mar por meio da imprensa.
À tarde, ao telefone, o governador Geraldo Alckmin lhe disse
que não há prazo para a saída do
traficante da cidade. Na conversa,
Alckmin teria dito que irá atender
o pedido de reforço na segurança
do município -um carro novo
para a PM e mais quatro policiais.
Beira-Mar, às 7h, segundo as regras do presídio, foi acordado para tomar o café. Uma hora depois,
como os demais presos, teve barba e cabelos raspados. Antes do
almoço, ouviu da direção as normas que deverá cumprir.
O traficante é o 53º detento da
unidade com capacidade para 160
presos. Tratado pelo número da
matrícula e não pelo nome, está
detido na ala de isolamento.
Só daqui a dez dias, quando termina o seu período de inclusão,
passará a ter direito a uma hora e
meia diária de banho de sol. Até
lá, também não poderá receber
seus advogados. Visitas íntimas
não são permitidas, e de familiares, após o 30º dia de detenção.
Lydio da Hora, um dos advogados do traficante, disse que o retorno dele a Bernardes é uma decisão política que ninguém assume, o que dificultaria sua ação na Justiça. "Parece que foi o vento
que decidiu a transferência."
Colaborou GILMAR PENTEADO, da Reportagem Local
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