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São Paulo, quarta-feira, 07 de maio de 2003

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Cidade protesta contra "hóspede"

CRISTIANO MACHADO
FREE-LANCE DA AGÊNCIA FOLHA

O retorno de Beira-Mar ao presídio de Presidente Bernardes deixou os moradores da cidade insatisfeitos até mesmo com o prefeito, o padre Umberto Laércio Bastos de Souza (PTB).
Ao chegar à prefeitura, na manhã de ontem, ele foi questionado por eleitores, principalmente, sobre o período de permanência do criminoso na unidade.
""Aqui não é o lugar dele (Beira-Mar). Se cometeu crimes no Rio, que fique por lá", disse a empregada doméstica Valdecira da Silva. Para o bancário Edmílson Dinozete Milhorança, Bernardes ""perdeu o sossego". ""Antes a gente podia deixar o carro e a casa abertos que não acontecia nada. Agora todo cuidado é pouco."
O prefeito relatou que só teve conhecimento do retorno de Beira-Mar por meio da imprensa.
À tarde, ao telefone, o governador Geraldo Alckmin lhe disse que não há prazo para a saída do traficante da cidade. Na conversa, Alckmin teria dito que irá atender o pedido de reforço na segurança do município -um carro novo para a PM e mais quatro policiais.
Beira-Mar, às 7h, segundo as regras do presídio, foi acordado para tomar o café. Uma hora depois, como os demais presos, teve barba e cabelos raspados. Antes do almoço, ouviu da direção as normas que deverá cumprir.
O traficante é o 53º detento da unidade com capacidade para 160 presos. Tratado pelo número da matrícula e não pelo nome, está detido na ala de isolamento.
Só daqui a dez dias, quando termina o seu período de inclusão, passará a ter direito a uma hora e meia diária de banho de sol. Até lá, também não poderá receber seus advogados. Visitas íntimas não são permitidas, e de familiares, após o 30º dia de detenção.
Lydio da Hora, um dos advogados do traficante, disse que o retorno dele a Bernardes é uma decisão política que ninguém assume, o que dificultaria sua ação na Justiça. "Parece que foi o vento que decidiu a transferência."


Colaborou GILMAR PENTEADO, da Reportagem Local


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