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Carreira de envolvidos não tinha denúncias
DA REPORTAGEM LOCAL
Os dois soldados presos por envolvimento no seqüestro de uma
mulher de 86 anos em Suzano
(Grande SP) estão na corporação
há mais de oito anos e não tinham
sido alvo de denúncias na Ouvidoria da Polícia.
Segundo a assessoria da Secretaria da Segurança Pública de São
Paulo, José Aparecido da Conceição é policial militar há 11 anos e
Alexandre Fonseca, há oito.
A secretaria não informou ontem, porém, se eles apresentavam
infrações disciplinares na ficha
funcional ou se já foram investigados pela Corregedoria da PM.
No banco de dados da Ouvidoria da Polícia não há registro de
denúncias -administrativas ou
criminais- contra os dois policiais militares presos.
Segundo policiais do DAS (Divisão Anti-Seqüestro), a quadrilha, provavelmente liderada pelos
dois PMs, mostrou profissionalismo no seqüestro da idosa. As ligações eram esparsas e breves -começou com uma ligação telefônica a cada cinco dias- e não houve agressão à vítima.
A família já arrecadava dinheiro
para negociar um resgate menor
quando houve a descoberta e invasão do cativeiro. A polícia ainda
investiga a possibilidade do envolvimento de mais um integrante da quadrilha, provavelmente
um ex-policial militar.
Secretaria
Por meio de nota oficial, a secretaria confirmou as prisões e a
abertura de um procedimento administrativo pela Corregedoria da
PM que pode resultar na expulsão
dos dois policiais.
"A Secretaria da Segurança não
compactua com desvios de conduta que são punidos rigorosamente. Porém cada caso é apurado individualmente, podendo resultar em punição ou não. A
maioria da corporação é composta por bons policiais e eles mesmos rejeitam os maus policiais."
Segundo os dados da secretaria,
o número de demissões de policiais em 2003 aumentou 65% em
comparação com o ano anterior,
com 910 policiais civis e militares
demitidos. Em 2002, foram 551
policiais demitidos. Em 2004, até
o dia 4 deste mês, foram 139.
Tratamento diferente
Ao contrário do fez com outros
casos de seqüestros esclarecidos
pela polícia, com reféns libertados
em cativeiro, a Secretaria da Segurança Urbana não convocou entrevista coletiva sobre o seqüestro
que teve a participação de dois
PMs e só repassou informações
quando foi acionada.
Questionada sobre a possibilidade de dar um tratamento diferenciado para esclarecimentos de
seqüestros que envolvam a prisão
de policiais, a assessoria da secretaria disse que marca coletiva só
partir das solicitações dos veículos de imprensa.
Isso não teria ocorrido, segundo
a assessoria da secretaria, desde a
última segunda-feira, quando o
cativeiro foi descoberto em Poá
(Grande São Paulo) e a vítima libertada por policiais civis da Divisão Anti-Seqüestro.
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