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CHRIZARUBINA LEITÃO ABRAÃO (1920-2008)
Filantropia da "mãe dos pobres" do Acre
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Diz-se no Acre que Chrizarubina Leitão Abraão foi a
"mãe dos pobres". Filhos
seus nunca teve -mas adotou o menino que vendia tapioca na porta de casa e cuidou como suas das crianças
do educandário que ela fundou. "Viveu da filantropia."
Nasceu em Rio Branco,
quando a cidade era ainda
uma "aldeia que se corria do
começo ao fim em 15 minutos", no Acre território federal. "Católica ligada aos pobres", formou-se em magistério e foi analista do IBGE.
Em 1952 criou, com o governador Guiomard Santos, a
Casa dos Desajustados Sociais, que coordenou até
1964. "Apoiou a ditadura" e
foi nomeada para a Legião
Brasileira de Assistência.
Dizem que foi quem levou
o serviço social ao Acre, ao
contratar Alcimínea Gardênia, Nazaré e Etelvina como
suas primeiras assistentes
sociais. E fundou o Educandário Santa Margarida unindo fome e vontade de comer,
ao fazer uma rica carioca pagar sua promessa abrindo
um educandário no Acre.
Quando sua morte ficou
pública, não faltou de vereador a senador em todo o espectro político a render homenagem. Até a viúva do
fundador do Santo Daime foi
se despedir.
"Sempre de salto alto, colar e muito maquiada", Crizá
respeitava diferenças. "Tenho opção sexual diferenciada. Ela sempre aceitou", diz o
sobrinho. Mas "tinha santo
forte". Tanto que "pediu para
morrer sentada". Foi de câncer, aos 88, na quinta.
obituario@folhasp.com.br
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