São Paulo, quarta-feira, 07 de maio de 2008

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CHRIZARUBINA LEITÃO ABRAÃO (1920-2008)

Filantropia da "mãe dos pobres" do Acre

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Diz-se no Acre que Chrizarubina Leitão Abraão foi a "mãe dos pobres". Filhos seus nunca teve -mas adotou o menino que vendia tapioca na porta de casa e cuidou como suas das crianças do educandário que ela fundou. "Viveu da filantropia."
Nasceu em Rio Branco, quando a cidade era ainda uma "aldeia que se corria do começo ao fim em 15 minutos", no Acre território federal. "Católica ligada aos pobres", formou-se em magistério e foi analista do IBGE. Em 1952 criou, com o governador Guiomard Santos, a Casa dos Desajustados Sociais, que coordenou até 1964. "Apoiou a ditadura" e foi nomeada para a Legião Brasileira de Assistência.
Dizem que foi quem levou o serviço social ao Acre, ao contratar Alcimínea Gardênia, Nazaré e Etelvina como suas primeiras assistentes sociais. E fundou o Educandário Santa Margarida unindo fome e vontade de comer, ao fazer uma rica carioca pagar sua promessa abrindo um educandário no Acre.
Quando sua morte ficou pública, não faltou de vereador a senador em todo o espectro político a render homenagem. Até a viúva do fundador do Santo Daime foi se despedir.
"Sempre de salto alto, colar e muito maquiada", Crizá respeitava diferenças. "Tenho opção sexual diferenciada. Ela sempre aceitou", diz o sobrinho. Mas "tinha santo forte". Tanto que "pediu para morrer sentada". Foi de câncer, aos 88, na quinta.


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