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SAÚDE
O Jardim Sul, que fazia cirurgias e partos sem permissão da Vigilância Sanitária, apresentava más condições de higiene
Hospital irregular é interditado em SP
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
A Vigilância Sanitária no Estado
de São Paulo interditou ontem
por tempo indeterminado o hospital particular Jardim Sul, no
Morumbi, zona oeste da capital
paulista. A unidade, que realizava
cerca de 900 atendimentos ambulatoriais por mês, fazia cirurgias e
partos sem autorização do órgão
estadual. Também apresentava
condições precárias de higiene, de
acordo com a vigilância.
Segundo o diretor da Vigilância
Sanitária de Santo Amaro, Ado de
Castro Bechelli, responsável pela
blitz, o hospital não poderia fazer
cirurgias porque está com a UTI
desativada.
Quatro pacientes que estavam
internados foram transferidos para outros hospitais. Eles não tinham passado por cirurgias. O
hospital tem 17 leitos autorizados.
"Os pacientes que foram atendidos aqui corriam risco de infecção
e de que seus exames laboratoriais fossem mal executados", disse o diretor da vigilância. Segundo
ele, o sistema de esterilização do
hospital era precário e, no laboratório, foram encontrados reagentes para exames vencidos. Havia
ainda material cirúrgico vencido.
O hospital terá de recorrer à vigilância para a desinterdição. A
unidade já havia sido interditada
há quatro anos, também por fazer
cirurgias sem autorização.
Em novembro passado, a vigilância constatou que a irregularidade permanecia. Os responsáveis pelo hospital se comprometeram a reparar a situação, o que
não ocorreu.
O hospital é referência para
usuários de convênios médicos
na região. A cozinheira Irene de
Castro Ferreira, 35, reclamou da
falta de higiene. "O hospital está
todo empoeirado."
Já a doméstica Maria Aparecida
Silva, 30, elogiou o hospital e afirmou que seu filho foi atendido de
graça mesmo sem ter convênio.
O motorista Martinho Pereira
da Costa, 61, disse que fez uma cirurgia de vesícula no hospital há
cerca de um mês. "Não tenho do
que reclamar", afirmou.
Outro lado
O diretor administrativo do Jardim Sul, Cezar Kokurudza, disse
que o grupo IAM adquiriu a unidade em março. Ele afirmou que
desconhecia as irregularidades,
mas admitiu que cirurgias "brandas" ocorriam no hospital.
Ele informou ainda que alguns
lugares "precários" do hospital
estão em reforma, mas negou que
o hospital estivesse "sujo". Kokurudza afirmou que o hospital providenciava documentação a ser
entregue à vigilância sanitária.
O hospital já teve os nomes
Hospital do Morumbi e Hospital
Santa Tereza Lisieux.
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