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PROSTITUIÇÃO
Rio Grande do Norte é pioneiro; iniciativa visa coibir a exploração de crianças e de adolescentes
Estado tem código contra turismo sexual
EDUARDO DE OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA
O Rio Grande do Norte é a primeiro Estado brasileiro a possuir
um código preventivo de conduta
que visa coibir o chamado turismo sexual, que em grande parte
das vezes está associado à prostituição infanto-juvenil.
Prestadores de serviço e instituições ligadas à área turística que
forem credenciados como agentes de combate à prostituição receberão um selo de conduta ética.
A primeira leva foi entregue ontem à noite a 18 delas, entre hotéis
e agências de turismo.
Não existe no Estado uma pesquisa aprofundada sobre a questão da prostituição infanto-juvenil. Um estudo feito em 2000 pela
Secretaria Municipal de Trabalho
e Assistência Social, em conjunto
com a Universidade Potiguar,
constatou que a prostituição e exploração sexual infanto-juvenil
acontecia em motéis.
O código foi elaborado, sob a
coordenação da Casa Renascer,
por cerca de 160 pessoas ligadas a
ONGs (organizações não-governamentais) e ao Ministério do Turismo. Teve por fontes a Constituição, o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e tratados internacionais em suas abordagens
sobre exploração sexual.
Foi traduzido, em um trabalho
do ministério, para cinco idiomas, falados nos países que são os
principais consumidores da rede
turística potiguar -inglês, francês, espanhol, italiano e alemão.
Regras e selo
Para obter o Selo Paulo Freire de
Ética no Turismo, as instituições
têm de obedecer a uma série de
condutas descritas no código.
Entre as principais, "repudiar
qualquer publicidade de caráter
erótico vinculada ao turismo" e
"desenvolver políticas empresariais éticas e consistentes contra
qualquer forma de exploração sexual infanto-juvenil".
As instituições interessadas
também têm examinada a sua situação no âmbito da Justiça do
Estado, Federal e Vara da Infância
e da Juventude.
"Isso para saber se uma instituição, um bar por exemplo, já foi
notificado por facilitação da exploração sexual", disse Ana Paula
Felizardo, coordenadora do projeto da ONG Casa Renascer.
Os selos serão concedidos duas
vezes ao ano, sempre em junho e
novembro -meses que antecedem o início dos períodos de alta
temporada turística.
O trabalho foi inscrito entre 167
propostas enviadas ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para ações contra o trabalho infantil. Ficou entre os cinco
escolhidos, o que lhe rendeu um
repasse de R$ 123 mil.
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