São Paulo, quarta-feira, 07 de junho de 2006

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Força Nacional de Segurança é usada para revistar presídio em MS

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

A Força Nacional de Segurança Pública fez ontem uma revista no presídio de segurança máxima de Campo Grande (MS). Foram encontrados ao menos 32 celulares e 50 armas artesanais, segundo a assessoria do Ministério da Justiça, ao qual a força é subordinada.
O envio a Mato Grosso do Sul de 200 policiais da Força Nacional foi solicitado pelo governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, ao ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça), após rebeliões em quatro presídios realizadas a mando do PCC -grupo criminoso sediado em São Paulo-, nos dias 14 e 15 de maio.
Os policiais chegaram a Campo Grande há uma semana, mas só ontem fizeram a primeira ação no presídio, que abriga 1.400 internos e foi parcialmente destruído na rebelião. A tropa deve ficar 60 dias no Estado. Será gasto R$ 1,39 milhão só em pagamento de diárias.
A Secretaria Estadual da Segurança Pública informou que o sinal de celular está bloqueado na região do presídio há uma semana. No dia 23, a Polícia Militar já tinha apreendido dez aparelhos.
Ontem de manhã, circulou a informação sobre uma carta com ameaças atribuídas ao PCC. Esse manuscrito chegou anteontem ao secretário estadual da Segurança Pública, Raufi Marques, pelo serviço de inteligência da polícia, mas já circulava em São Paulo, pois teria sido apreendido em um presídio de Sorocaba (SP).
Com o título "planos de 2006 do PCC", a carta diz que "todas as cadeias vão virar" em "6.6.2006, que é o aniversário do PCC". Relata ainda que serão "atacadas as bases" das polícias Militar e Civil, além do pré-candidato a presidente pelo PSDB, Geraldo Alckmin, e o ex-secretário da Administração Penitenciária de São Paulo Nagashi Furukawa, porque eles "apoiaram a construção de presídios federais".
Marques e o ministério informaram que a revista foi preparada com antecedência e nada teve a ver com a carta. "Nossa avaliação é que essa carta não foi escrita pela facção criminosa. Ela não tem credibilidade", disse.
O Estado anunciou ontem que as visitas aos presos estão suspensas por 30 dias e que serão retirados televisores e rádios, impedindo-os de acompanhar a Copa do Mundo. (HUDSON CORRÊA)


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