São Paulo, quinta-feira, 07 de junho de 2007

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Visibilidade era de 5 m, diz sobrevivente

Motorista de um dos caminhões acidentados na rodovia D. Pedro 1 disse ter sentido forte cheiro de madeira queimada

Outro condutor de carreta conta que tentou sinalizar a pista, mas alguns veículos não conseguiram parar a tempo de evitar o choque

DA AGÊNCIA FOLHA, EM JACAREÍ

"Foi uma cena horrível que não vou esquecer nunca mais", disse ontem o motorista Antônio Edmar Pereira Mesquita, 51, um dos sobreviventes do acidente que resultou na morte de nove pessoas anteontem na rodovia D. Pedro 1º.
Ele dirigia o caminhão que transportava peças de automóveis e que se envolveu na primeira de uma seqüência de colisões ocorridas no local.
Mesquita havia saído de Itatiba (84 km de SP) e tinha como destino Taubaté (130 km de SP), no Vale do Paraíba.
Ele contou que encontrou "uma forte neblina misturada com muita fumaça" na altura do km 7 da rodovia. Segundo ele, o cheiro de madeira queimada era forte.
"Quando estava chegando próximo ao local, os carros que vinham no sentido contrário davam sinal de luz, por isso fui reduzindo a velocidade. Nesse momento, havia uma neblina fraca na estrada. De repente, foi como entrar em uma cortina de fumaça misturada com a neblina. A visibilidade era de, no máximo, cinco metros à frente. Vi um pisca-alerta ligado e, por isso, reduzi mais a velocidade. Foi quando bateram na traseira do meu caminhão."
De acordo com a Polícia Rodoviária Estadual, o veículo de Mesquita foi atingido por outro caminhão, carregado com galões de água mineral. Ainda de acordo com a polícia, essa foi a primeira colisão, que deu origem ao engavetamento.
"Foi uma tragédia. Aquele monte de carros e caminhões amontoados, uma cena horrível. É muito triste ver todas aquelas pessoas mortas. Algo que não vou esquecer nunca."
O motorista Antônio Bento, 57, um dos sobreviventes, contou que havia neblina e fumaça forte, mas que conseguiu ver um caminhão atravessado na pista -um dos veículos do primeiro acidente- e freou em tempo de evitar a batida.
"Desci do caminhão, fui tentar sinalizar a pista. Alguns conseguiram parar, mas outros bateram na traseira do meu caminhão e de outro que estava parado ao lado do meu, na faixa da direita", relatou.


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