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Visibilidade era de 5 m, diz sobrevivente
Motorista de um dos caminhões acidentados na rodovia D. Pedro 1 disse ter sentido forte cheiro de madeira queimada
Outro condutor de carreta conta que tentou sinalizar a pista, mas alguns veículos não conseguiram parar a tempo de evitar o choque
DA AGÊNCIA FOLHA, EM JACAREÍ
"Foi uma cena horrível que
não vou esquecer nunca mais",
disse ontem o motorista Antônio Edmar Pereira Mesquita,
51, um dos sobreviventes do
acidente que resultou na morte
de nove pessoas anteontem na
rodovia D. Pedro 1º.
Ele dirigia o caminhão que
transportava peças de automóveis e que se envolveu na primeira de uma seqüência de colisões ocorridas no local.
Mesquita havia saído de Itatiba (84 km de SP) e tinha como
destino Taubaté (130 km de
SP), no Vale do Paraíba.
Ele contou que encontrou
"uma forte neblina misturada
com muita fumaça" na altura
do km 7 da rodovia. Segundo
ele, o cheiro de madeira queimada era forte.
"Quando estava chegando
próximo ao local, os carros que
vinham no sentido contrário
davam sinal de luz, por isso fui
reduzindo a velocidade. Nesse
momento, havia uma neblina
fraca na estrada. De repente, foi
como entrar em uma cortina de
fumaça misturada com a neblina. A visibilidade era de, no máximo, cinco metros à frente. Vi
um pisca-alerta ligado e, por isso, reduzi mais a velocidade.
Foi quando bateram na traseira
do meu caminhão."
De acordo com a Polícia Rodoviária Estadual, o veículo de
Mesquita foi atingido por outro
caminhão, carregado com galões de água mineral. Ainda de
acordo com a polícia, essa foi a
primeira colisão, que deu origem ao engavetamento.
"Foi uma tragédia. Aquele
monte de carros e caminhões
amontoados, uma cena horrível. É muito triste ver todas
aquelas pessoas mortas. Algo
que não vou esquecer nunca."
O motorista Antônio Bento,
57, um dos sobreviventes, contou que havia neblina e fumaça
forte, mas que conseguiu ver
um caminhão atravessado na
pista -um dos veículos do primeiro acidente- e freou em
tempo de evitar a batida.
"Desci do caminhão, fui tentar sinalizar a pista. Alguns
conseguiram parar, mas outros
bateram na traseira do meu caminhão e de outro que estava
parado ao lado do meu, na faixa
da direita", relatou.
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