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Para deputados, executivo se contradiz em CPI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O executivo da Embraer que
sobreviveu ao acidente do vôo
1907, Daniel Bachmann, prestou ontem um depoimento
emocionado na CPI do Apagão
Aéreo da Câmara. Mas deputados consideraram que ele foi
contraditório e houve suspeita
de que foi omisso sobre os fatos
para proteger a empresa.
Bachmann, brasileiro de ascendência norte-americana,
fez um relato inicial comovido
sobre o que ocorreu dentro do
jato Legacy, em 29 de setembro, dia da colisão com o boeing
da Gol, que deixou 154 mortos.
Segundo ele, o impacto foi
"como uma paulada no corpo".
Contou ainda que observou os
danos ao jato, inclusive um vazamento de combustível na asa
e o início de uma "rachadura",
que desestabilizava o avião.
A principal contradição encontrada foi quando ele disse
que soube só pela imprensa,
muito depois, que o transponder do jato estava inoperante.
Para os deputados, isso não é
crível, já que Bachmann afirmou ter sido o intermediador
de todos os contatos com oficiais para a apuração inicial dos
fatos, inclusive dos problemas
como o transponder e sistema
anti-colisão. Ele era o único a
bordo que falava português.
"É inconcebível que ele não
tivesse informações mais precisas. Não sei quem ele está
protegendo", disse o relator da
CPI, Marco Maia (PT-RS).
Pressionado pelos deputados, Bachmann confirmou que
os pilotos tiveram orientações
dos passageiros Henry Yendle,
da Embraer dos Estados Unidos, e Ralph Michielli, chefe de
operações da ExcelAire.
Além disso, relatou que, pouco antes do acidente, o piloto
Joseph Lepore foi ao banheiro
e conversou com os passageiros. Em gravação da cabine, a
ausência durou mais de 15 minutos, período no qual o co-piloto Jan Paladino tentou contato com o controle aéreo, sem
sucesso.
(LEILA SUWWAN)
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