EVANDRO SPINELLI
ENVIADO ESPECIAL A CAMPINAS

RAQUEL LIMA
DA FOLHA CAMPINAS

O PT quer evitar o "efeito Marta" nos municípios que administra e elegeu o PSDB como alvo. Essa é a principal resolução do encontro de prefeitos petistas do Estado de São Paulo, que aconteceu ontem em Campinas.
Como "efeito Marta", os petistas entendem a queda de popularidade da prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), que foi eleita como a "salvação" da cidade e, após seis meses de governo, assiste à reprovação dele. Pesquisa Datafolha divulgada no último domingo aponta um índice de reprovação de 42% à prefeita.
O partido atribui a queda da popularidade de Marta aos ataques que o PSDB vem fazendo às administrações petistas -o mesmo acontece no Rio Grande do Sul, com Olívio Dutra (PT).
"Existe uma trama do PSDB com a Força Sindical para acabar com o prestígio do PT. Eles estão com uma política de ataque", afirmou o presidente do PT paulista, Paulo Frateschi.
O partido teme que um mau desempenho de seus prefeitos possa prejudicar as candidaturas de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência e de José Genoino ao governo do Estado.
O prefeito de São Carlos, Newton Lima, confirmou a preocupação. "Estamos em situação difícil na maioria das cidades. Há uma expectativa muito grande em torno das nossas administrações. Se não formos bem, pode haver uma grande frustração", disse.
Para Antônio Palocci Filho (Ribeirão Preto), a queda de popularidade não preocupa. "No meu primeiro governo, nessa mesma época, a minha avaliação era péssima na pesquisa Datafolha. O PT não está preocupado com a popularidade. Está preocupado com o desenvolvimento do governo. A gente não despreza o resultado da pesquisa, mas vai nos preocupar se a avaliação não melhorar com o decorrer do tempo", afirmou.
Algumas prefeituras, como Rincão e Bebedouro, chegaram a encomendar pesquisas de opinião no primeiro semestre.



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