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URBANISMO
Após ter tramitação acelerada na Câmara, projeto fica parado por quase um mês; sanção deve ser em agosto
Recesso adia vigência do novo zoneamento
PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
A pressa foi em vão. Depois de o
governo ter votado na madrugada do último sábado o projeto que
define a nova lei de zoneamento e
os 31 planos diretores regionais, o
texto só vai à sanção da prefeita
Marta Suplicy (PT) no início do
mês que vem.
O projeto, de 1.400 páginas, ainda levará ao menos quatro dias
para ser publicado no "Diário Oficial" do município. Pela lei, depois disso o texto tem de chegar à
Câmara Municipal e passar por
uma sessão ordinária, para só então ir à sanção da prefeita. Como
o Legislativo deve entrar em recesso hoje, o projeto só chegará à
mesa de Marta em agosto.
Como o texto prevê um prazo
de 120 dias para sua entrada em
vigor, na prática a lei só deve começar a valer no final do ano.
Na votação final do zoneamento e dos planos, muitos vereadores disseram não ter tido tempo
de ler todo o projeto, aprovado às
23h50 de sexta-feira. As emendas
só foram aprovadas depois da
meia-noite. Na tramitação na Câmara, o texto passou por cinco comissões em apenas meia hora.
Tudo para dar tempo de votar antes do recesso.
O líder do governo, vereador
João Antonio (PT), culpa a estrutura da imprensa oficial. Além
disso, argumenta, o texto não está
mais sendo debatido, então o prazo não faz diferença. "Não é nem
um mês, são 23 dias."
O presidente da Câmara Municipal, Arselino Tatto (PT), que havia até cogitado estender os trabalhos julho adentro para permitir o
envio do texto final à sanção de
Marta neste mês, disse que a prefeitura concordou em receber o
projeto apenas em agosto. "Consultamos o governo e não há problema nenhum, já que ainda vai
haver um prazo de 120 dias para a
implementação."
O projeto é importante porque a
lei de zoneamento estabelece o
que pode e o que não pode funcionar e ser construído nas ruas e
bairros de São Paulo. Os planos
diretores regionais, um para cada
uma das 31 subprefeituras, definem as estratégias de desenvolvimento e crescimento dessas regiões para os próximos anos.
A Câmara Municipal entra em
recesso depois da aprovação da
Lei de Diretrizes Orçamentárias,
que fixa as regras para a elaboração do Orçamento municipal do
ano que vem. O texto deve ser votado hoje, de acordo com o líder
do governo.
Antes, pode ser aprovado, em
votação definitiva, o projeto que
cria o conselho de representantes,
braço da sociedade civil nas subprefeituras. O projeto enfrenta resistência porque parte dos vereadores teme perder influência nas
subprefeituras. Pelo texto, o conselho deve ser formado por 21 representantes em cada subprefeitura -cada partido com representação na Câmara deve indicar
um representante, e o restante será eleito pela população.
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