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Mais um agente sofre atentado em SP
Agora são oito os ataques contra funcionários do sistema penitenciário em São Paulo, atribuídos ao PCC; quatro já morreram
O rapaz de 28 anos recebeu oito tiros, em local próximo ao seu apartamento, no centro da cidade, mas sobreviveu; estado é grave
Diego Padgurschi/Folha Imagem
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Agente penitenciário abre portão do CDP 2 de Pinheiros, em SP |
DA REPORTAGEM LOCAL
Em mais um ataque atribuído ao PCC (Primeiro Comando
da Capital) contra agentes penitenciários, um rapaz de 28
anos foi baleado ontem em um
local próximo ao apartamento
onde mora, na Baixada do Glicério (centro de São Paulo). O
agente sobreviveu e nenhum
suspeito foi preso.
O rapaz foi o oitavo agente de
segurança atacado desde o último dia 28. Quatro morreram
nos ataques, entre eles um carcereiro. Além desses casos, anteontem o agente Genivaldo
Lourenço da Silva foi morto durante um tiroteio com presos
fugitivos em frente ao CDP
(Centro de Detenção Provisória) de Franco da Rocha, na
Grande São Paulo.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) informou que a participação do
PCC, assim como "todas as outras hipóteses", será apurada. O
discurso da pasta tem sido o
mesmo em todos os ataques
contra agentes penitenciários.
A categoria tem sido alvo constante dos criminosos por ser,
segundo ela, a mais vulnerável
entre as forças de segurança
-diferentemente de policiais
militares e civis, agentes
não têm autorização para
andar armados.
Ontem, os dois sindicatos
que representam a categoria
em todo o Estado, mais entidades defensoras de direitos humanos, fizeram uma manifestação contra as recentes mortes de agentes.
A Secretaria da Administração Penitenciária informou
que 21 das 144 unidades no Estado tiveram paralisações parciais ontem. Serviços como alimentos entregues por parentes, entrada de advogados e
apresentações judiciais foram
novamente prejudicados.
O ataque
O atentado contra o agente
ocorreu por volta da 1h15. Segundo a Secretaria da Segurança, ele estava na rua Conde de
Sarzedas, próximo ao cruzamento com a rua Helena Zerrener, quando foi atacado.
Não há informações sobre os
agressores nem sobre o que ele
fazia. Ele levou oito tiros -quatro na perna esquerda, dois na
direita, um no peito, perto do
pulmão, e outro, de raspão, na
cabeça.
Ferido, o agente penitenciário conseguiu andar e pedir ajuda ao porteiro do prédio onde
mora. Ele foi, então, atendido
pela Polícia Militar e levado para o Hospital Municipal Vergueiro, no bairro do Paraíso.
Submetido a duas cirurgias, estava na UTI até a conclusão
desta edição. De acordo com a
assessoria de imprensa da Secretaria Municipal da Saúde, o
agente estava em estado grave e
estável, e corria risco de morte.
O agente, apontado como
"calmo" por colegas, trabalha
no CDP 2 de Pinheiros (zona
oeste), mas está de licença-saúde desde março. Ele está no sistema prisional desde 2000.
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