São Paulo, sexta-feira, 07 de julho de 2006

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Mais um agente sofre atentado em SP

Agora são oito os ataques contra funcionários do sistema penitenciário em São Paulo, atribuídos ao PCC; quatro já morreram

O rapaz de 28 anos recebeu oito tiros, em local próximo ao seu apartamento, no centro da cidade, mas sobreviveu; estado é grave


Diego Padgurschi/Folha Imagem
Agente penitenciário abre portão do CDP 2 de Pinheiros, em SP


DA REPORTAGEM LOCAL

Em mais um ataque atribuído ao PCC (Primeiro Comando da Capital) contra agentes penitenciários, um rapaz de 28 anos foi baleado ontem em um local próximo ao apartamento onde mora, na Baixada do Glicério (centro de São Paulo). O agente sobreviveu e nenhum suspeito foi preso.
O rapaz foi o oitavo agente de segurança atacado desde o último dia 28. Quatro morreram nos ataques, entre eles um carcereiro. Além desses casos, anteontem o agente Genivaldo Lourenço da Silva foi morto durante um tiroteio com presos fugitivos em frente ao CDP (Centro de Detenção Provisória) de Franco da Rocha, na Grande São Paulo.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) informou que a participação do PCC, assim como "todas as outras hipóteses", será apurada. O discurso da pasta tem sido o mesmo em todos os ataques contra agentes penitenciários. A categoria tem sido alvo constante dos criminosos por ser, segundo ela, a mais vulnerável entre as forças de segurança -diferentemente de policiais militares e civis, agentes não têm autorização para andar armados.
Ontem, os dois sindicatos que representam a categoria em todo o Estado, mais entidades defensoras de direitos humanos, fizeram uma manifestação contra as recentes mortes de agentes.
A Secretaria da Administração Penitenciária informou que 21 das 144 unidades no Estado tiveram paralisações parciais ontem. Serviços como alimentos entregues por parentes, entrada de advogados e apresentações judiciais foram novamente prejudicados.

O ataque
O atentado contra o agente ocorreu por volta da 1h15. Segundo a Secretaria da Segurança, ele estava na rua Conde de Sarzedas, próximo ao cruzamento com a rua Helena Zerrener, quando foi atacado.
Não há informações sobre os agressores nem sobre o que ele fazia. Ele levou oito tiros -quatro na perna esquerda, dois na direita, um no peito, perto do pulmão, e outro, de raspão, na cabeça.
Ferido, o agente penitenciário conseguiu andar e pedir ajuda ao porteiro do prédio onde mora. Ele foi, então, atendido pela Polícia Militar e levado para o Hospital Municipal Vergueiro, no bairro do Paraíso. Submetido a duas cirurgias, estava na UTI até a conclusão desta edição. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal da Saúde, o agente estava em estado grave e estável, e corria risco de morte.
O agente, apontado como "calmo" por colegas, trabalha no CDP 2 de Pinheiros (zona oeste), mas está de licença-saúde desde março. Ele está no sistema prisional desde 2000.


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