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No Rio, câmera flagra morte de vigia por PM
Crime ocorreu no dia 10 de fevereiro; desarmada, vítima foi baleada após reagir verbalmente às agressões do policial
Autor do crime e outro PM, que o acompanhava, estão presos; para governador Sérgio Cabral, policial que matou vigia é "débil mental"
DA SUCURSAL DO RIO
Um policial militar do Rio foi
filmado por câmeras de vigilância de um posto de gasolina de
Duque de Caxias, Baixada Fluminense, matando a tiro um vigia após uma discussão. Outro
PM que o acompanhava também aparece agredindo o vigia.
O cabo da PM André Luiz da
Fonseca e o soldado Rodrigo
Martins Pinto foram presos na
terça-feira passada sob acusação do assassinato do vigia Rubineu Nobre, 29. Foram indiciados por homicídio duplamente qualificado.
O crime foi em 10 de fevereiro. Desarmado, Nobre foi atingido por um tiro de pistola calibre .40 no peito, disparado pelo
cabo Fonseca, depois de reagir,
verbalmente, às agressões do
policial, que estava acompanhado do soldado Pinto. Os
dois são do 15º Batalhão de Polícia Militar (Caxias).
Segundo testemunhas, Nobre levou vários tapas no rosto
porque reclamou do tratamento que recebeu. A vítima disse
que não era bandido após ter sido intimidado por Fonseca,
que estava com um fuzil.
De acordo com testemunhas,
antes de atingir Nobre, Fonseca chegou a atirar no chão.
O inquérito afirma que Rubineu estava na garupa da moto
de um amigo em um posto de
gasolina, quando acabaram
abordados pelos dois policiais,
que decidiram revistá-los.
Os PMs determinaram que
os dois levantassem as camisas
para verificar se estavam armados. Em seguida, Nobre e o cabo Fonseca iniciaram uma discussão, acompanhada por dezenas de pessoas, que terminou
com o tirou do policial no vigia.
O cabo Fonseca foi detido no
mesmo dia. O soldado Pinto ficou em liberdade. Doze dias depois, o cabo Fonseca conseguiu
liberdade provisória na Justiça.
A dupla voltou a trabalhar no
15º BPM, internamente.
Terça-feira passada, a juíza
Anna Christina Fernandes,
atualmente da 4ª Vara Criminal, em Duque de Caxias, ordenou que os PMs fossem presos.
A dupla responde a sindicância na PM, podendo até ser expulsa da corporação.
O governador do Rio, Sérgio
Cabral (PMDB), disse ontem
que o PM que matou Rubineu é
um "débil mental" e deve ser
tratado como um assassino.
Segundo o delegado titular
da 59ª DP (Delegacia de Polícia), André Drumond, apesar
dos tiros terem sido dados apenas por Fonseca, o soldado Pinto, que estava junto, omitiu-se.
Outro lado
Em depoimento à polícia,
Fonseca disse que atirou para
se defender. O soldado Pinto
confirmou a versão.
Segundo eles, Nobre se negou a descer da moto que ocupava, tirou o fuzil da mão de
Fonseca e não parou de tentar
agredi-lo quando foi advertido.
De acordo com o inquérito, a
versão não corresponde às imagens gravadas pela câmera do
posto onde aconteceu o crime.
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