Índice é resultado da comparação da soma de congestionamentos ao longo do dia da 1ª semana das novas regras com julho de 2007

Entre as 5h da segunda-feira e as 19h da última sexta-feira, a CET aplicou 5.416 multas a caminhões por desobediência à restrição

DA REPORTAGEM LOCAL

Na primeira semana de novas restrições aos caminhões em São Paulo, a soma dos congestionamentos ao longo do dia caiu 21% em relação ao mês passado -quando não havia férias escolares- e 12% na comparação com julho de 2007.
O maior impacto ocorreu no período da manhã até a hora do almoço, das 8h30 às 13h.
O balanço é resultado das comparações, feitas pela reportagem, com três indicadores da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego): a média de engarrafamentos de junho de 2008, dos dias de julho do ano passado com rodízio de veículos e da redução histórica do trânsito nas férias escolares do meio do ano entre 2004 e 2006.
A medida mais severa às operações de carga e descarga, lançada pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM) às vésperas das eleições, proíbe caminhões de circular numa área central de 100 km2 das 5h às 21h, com algumas exceções, como coleta de lixo e transporte de valores.
Os caminhões pequenos, com até 6,3 m de comprimento, conhecidos como VUCs, também têm alguma flexibilidade para circular de dia: os de final de placa par podem rodar nos dias pares do mês; e os de final de placa ímpar, apenas nos dias ímpares -como hoje.
Nesta semana, a gestão Kassab pode definir mais uma exceção à norma, beneficiando os caminhões de terraplenagem.
Entre as 5h da segunda e as 19h de sexta da semana passada, a CET aplicou 5.416 multas a caminhões por desobediência à restrição -mais de uma a cada minuto de fiscalização.
A quantidade é equivalente à média diária de todas as autuações de trânsito feitas pelos marronzinhos no mês de maio.
Os picos médios de lentidão foram de 49 km pela manhã e de 134 km no final da tarde -contra os índices de 70 km e de 139 km considerados pela CET para os dias de julho de 2007 com vigência do rodízio.
Das 27 medições computadas pela companhia de tráfego ao longo do dia, em 16 a redução dos congestionamentos superou a média histórica verificada entre 2004 e 2006 nas férias escolares do meio do ano.

Popularidade
Pesquisa do instituto Datafolha publicada ontem apontou que 54% dos paulistanos maiores de 16 anos são a favor da restrição aos caminhões -e 33% são contra. Para 72%, ela trará melhorias ao trânsito.
O secretário dos Transportes, Alexandre de Moraes, disse considerar os resultados "altamente satisfatórios". "Mesmo aqueles que não são a favor, incluindo comerciantes, transportadores, têm a noção de que vai melhorar", afirmou.
Para ele, a queda de 87% para 77% dos que classificam como ruim ou péssima a situação do trânsito paulistano é "reflexo" de intervenções recentes, consideradas tímidas por especialistas, como 19 pequenas obras em corredores de ônibus.
Técnicos ouvidos nos últimos dias disseram que é cedo para uma avaliação conclusiva sobre a restrição aos caminhões. Uma das razões é a existência de fatores atípicos que interferem na lentidão do trânsito, como férias, acidentes e chuva, e que podem contaminar principalmente as análises realizadas no curto prazo.
A maioria admite a tendência de redução dos congestionamentos, mas temporária -tanto devido à demanda reprimida de viagens de carro como pelo crescimento da frota.
(ALENCAR IZIDORO)


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