São Paulo, Quarta-feira, 07 de Julho de 1999
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ENSINO SUPERIOR
Aluno que já concluiu ensino médio pode participar
CNE aprova novas regras para exame alternativo ao vestibular

da Sucursal de Brasília

As universidades que optarem por usar exames seriados como forma de acesso alternativa ao vestibular terão de permitir a participação de qualquer aluno que esteja cursando o ensino médio ou que já o tenha concluído.
Até hoje, as duas universidades que adotaram exames seriados -a UnB (Universidade de Brasília) e a UFSM (Universidade Federal de Santa Maria)- só permitiam a participação de alunos que estivessem cursando regularmente o ensino médio, deixando de fora os do supletivo e os que já haviam se formado.
O parecer que estabelece as regras para que as universidades adotem mecanismos de acesso alternativos ao vestibular foi aprovado ontem pelo CNE (Conselho Nacional de Educação).
Dos 24 conselheiros, 21 votaram a favor e três se abstiveram.
As universidades conquistaram o direito de usar formas alternativas ao vestibular para selecionar seus alunos em dezembro de 96, com a aprovação da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação).
Até agora, o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e os exames seriados vinham sendo as alternativas mais populares.
Nos exames seriados, os alunos do ensino médio fazem três provas, ao fim de cada ano letivo, com o conteúdo da série que acabaram de cursar. Os que somarem maior pontuação nos três exames ficam com parte das vagas disponíveis.
Além de permitir que todos os candidatos aptos a prestar o vestibular se inscrevam nos seriados, o parecer do CNE determinou que os resultados dos dois processos (o vestibular e o alternativo) precisam ser comparáveis de maneira estatística.
"Só assim é possível garantir igualdade de oportunidade entre todos os concorrentes. Do jeito que está, os alunos que cursam regularmente o ensino médio são beneficiados", afirma Carlos Alberto Serpa, relator do parecer.
O coordenador do PAS (Programa de Avaliação Seriada) da UnB, Mauro Moura, discorda da argumentação do CNE.
Para Moura, se todos puderem participar dos exames seriados, também haverá injustiça.
"O exame do 1º ano é elaborado para um aluno de 15 anos, cuja maturidade intelectual é inferior à de um adulto. Alguém que já concluiu o ensino médio ou até mesmo a universidade terá facilidade maior em fazer o teste", reclama Moura. (DANIELA FALCÃO).


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