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MINAS
Trabalho é feito por moradores
Tijolo "ecológico" é usado em casa popular
THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Um projeto de construção de tijolos ecologicamente corretos
mantido por ONG (organização
não-governamental) de Uberlândia (MG) está fazendo com que
famílias pobres da cidade possam
construir suas próprias casas, sem
mão-de-obra especializada e com
economia de 25% em relação às
construções convencionais.
Por meio da técnica de solo-cimento, tijolos formados por solo
arenoso, cimento e água passam
por prensas manuais e secam ao
ar livre, sem uso de fornalhas e
queima de madeira ou carvão.
Com dois furos internos, os tijolos ecológicos são apenas encaixados uns sobre outros e permitem embutimento das redes hidráulica e elétrica.
A economia de mão-de-obra e
de material de construção supera
os gastos com tijolos ecológicos,
que são 20% mais caros que os tijolos comuns.
O programa de autoconstrução
de casas é mantido pela ONG
Ação Moradia, que foi criada em
1993 como braço da Diocese de
Uberlândia, e reúne 300 famílias
que tem uma renda mensal de até
dois salários mínimos e que moram na periferia da cidade.
Atualmente, cinco famílias moram em casas de 42 metros quadrados com quarto, sala, cozinha
e banheiro. O custo das casas é de
R$ 6.000 e 80% do material é subsidiado pela ONG.
Produção
A fábrica de construção de tijolos do projeto funciona em terreno de 3.000 metros quadrados cedido pela Prefeitura de Uberlândia. Ali, com a ajuda de 60 voluntários, as famílias produzem 1.100
tijolos por dia, operando trituradores de solo e prensas manuais.
A construção das casas dura em
média quatro meses. Durante o
processo, as famílias recebem cestas básicas e passam por cursos
profissionalizantes e oficinas de
cidadania, requisitos obrigatórios
para participação.
O programa da Ação Moradia
integra a lista de 17 projetos sociais brasileiros selecionados pela
Brazil Foundation (uma ONG
formada por brasileiros que moram nos Estados Unidos e que
capta recursos no exterior para
ações no Brasil) para receber financiamento.
Com a verba de US$ 10 mil, que
deve ser entregue hoje, a organização pretende dobrar a capacidade de produção da fábrica de tijolos e ampliar em até quatro vezes o número de famílias atendidas pelo programa.
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