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CRIME ORGANIZADO
Detidos, que atuavam no Rio, são acusados de falsificação de passaportes, contrabando e lavagem de dinheiro
Operação da PF prende policiais federais
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
Doze policiais federais foram
presos na madrugada de ontem
no Rio de Janeiro sob a acusação
de integrarem uma quadrilha especializada em falsificação de passaportes, contrabando, lavagem
de dinheiro e sonegação fiscal.
Foi o resultado da Operação
Planador, feita pela Superintendência da Polícia Federal do Rio e
pelo Núcleo de Inteligência da PF
na região metropolitana do Rio.
Participaram 130 policiais federais, a maioria de outros Estados.
A meta foi cumprir 35 mandados de busca e apreensão e 24 de
prisão. Foram detidos também
dois funcionários administrativos
da PF, uma funcionária terceirizada e mais oito pessoas (os nomes
não foram revelados) e apreendidos R$ 146 mil, documentos, extratos bancários e computadores.
Casas de câmbio, agências de
viagem, lojas de informática e papelarias, que seriam usadas para
lavar dinheiro, foram fechadas.
A investigação, comandada por
Ministério Público Federal e Corregedoria de Assuntos Internos
da PF, começou há cerca de um
ano. A base do esquema, diz o delegado Reinaldo Almeida César,
era a emissão de passaportes fraudados para facilitar a obtenção de
visto para os EUA e a Europa.
Vistos
A quadrilha usava documentos
falsos de interessados em obter
vistos. Os policiais também facilitavam o embarque dos "clientes".
"Existem pessoas que, com sua
identidade verdadeira, encontrariam dificuldades para obter o
visto. A quadrilha está atuando
neste mercado", disse César.
A Superintendência da PF informou que, em apenas uma operação, descobriu que o grupo tinha arrecadado US$ 300 mil, dinheiro que seria lavado na aquisição de bens -alguns deles localizados na avenida Venezuela, no
centro do Rio de Janeiro, em frente à sede do órgão.
A Polícia Federal calcula que 40
pessoas integrem a quadrilha e
não descarta a possibilidade de
policiais comandarem o grupo.
Os policiais presos, que trabalhavam na Superintendência do
Rio e no Aeroporto Internacional
Tom Jobim (zona norte), tiveram
a prisão preventiva decretada e
foram para a carceragem Ponto
Zero, da Polinter (Polícia Interestadual), em Benfica (zona norte).
A assessoria de imprensa da PF
em Brasília informou que a operação é uma resposta ao crime organizado fluminense e que visava
prender policiais federais cujas
atividades ilícitas favorecessem
organizações criminosas.
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