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São Paulo, quinta-feira, 07 de agosto de 2003

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CRIME ORGANIZADO

Detidos, que atuavam no Rio, são acusados de falsificação de passaportes, contrabando e lavagem de dinheiro

Operação da PF prende policiais federais

MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

Doze policiais federais foram presos na madrugada de ontem no Rio de Janeiro sob a acusação de integrarem uma quadrilha especializada em falsificação de passaportes, contrabando, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.
Foi o resultado da Operação Planador, feita pela Superintendência da Polícia Federal do Rio e pelo Núcleo de Inteligência da PF na região metropolitana do Rio. Participaram 130 policiais federais, a maioria de outros Estados.
A meta foi cumprir 35 mandados de busca e apreensão e 24 de prisão. Foram detidos também dois funcionários administrativos da PF, uma funcionária terceirizada e mais oito pessoas (os nomes não foram revelados) e apreendidos R$ 146 mil, documentos, extratos bancários e computadores.
Casas de câmbio, agências de viagem, lojas de informática e papelarias, que seriam usadas para lavar dinheiro, foram fechadas.
A investigação, comandada por Ministério Público Federal e Corregedoria de Assuntos Internos da PF, começou há cerca de um ano. A base do esquema, diz o delegado Reinaldo Almeida César, era a emissão de passaportes fraudados para facilitar a obtenção de visto para os EUA e a Europa.

Vistos
A quadrilha usava documentos falsos de interessados em obter vistos. Os policiais também facilitavam o embarque dos "clientes".
"Existem pessoas que, com sua identidade verdadeira, encontrariam dificuldades para obter o visto. A quadrilha está atuando neste mercado", disse César.
A Superintendência da PF informou que, em apenas uma operação, descobriu que o grupo tinha arrecadado US$ 300 mil, dinheiro que seria lavado na aquisição de bens -alguns deles localizados na avenida Venezuela, no centro do Rio de Janeiro, em frente à sede do órgão.
A Polícia Federal calcula que 40 pessoas integrem a quadrilha e não descarta a possibilidade de policiais comandarem o grupo.
Os policiais presos, que trabalhavam na Superintendência do Rio e no Aeroporto Internacional Tom Jobim (zona norte), tiveram a prisão preventiva decretada e foram para a carceragem Ponto Zero, da Polinter (Polícia Interestadual), em Benfica (zona norte).
A assessoria de imprensa da PF em Brasília informou que a operação é uma resposta ao crime organizado fluminense e que visava prender policiais federais cujas atividades ilícitas favorecessem organizações criminosas.


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