São Paulo, quinta-feira, 07 de agosto de 2008

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Abadía será extraditado pelo governo aos EUA

Para o Planalto, não há razão para mantê-lo no país

LUCAS FERRAZ
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo brasileiro vai extraditar para os Estados Unidos o narcotraficante colombiano Juan Carlos Ramírez Abadía, preso desde agosto de 2007. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seguindo orientação de um parecer do Ministério da Justiça, vai assinar documento autorizando a extradição quando retornar da viagem à China.
Para o Planalto, não há razão para manter Abadía preso no Brasil; a Polícia Federal já obteve as informações que julgava necessárias para investigar as ações do traficante no país. As autoridades americanas manifestaram interesse em dividir com o Brasil resultados de resgate patrimonial que porventura Abadía forneça aos EUA.
Em março, o STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou por unanimidade a extradição do colombiano, apesar da restrição de que uma eventual prisão perpétua ou pena de morte fossem convertidas ao prazo máximo de 30 anos de prisão, como prevê a lei brasileira.
No Brasil, Abadía foi condenado em abril pela Justiça a 30 anos e cinco meses de prisão e ao pagamento de uma multa de R$ 4,32 milhões. Entre outros crimes, ele é acusado de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e corrupção ativa.
O governo crê que manterá um clima de cordialidade se optar pela extradição. Para um ministro, o país tem mais a ganhar com Abadía preso nos EUA. O próprio colombiano, preso na penitenciária federal de Campo Grande (MS), já manifestara interesse na extradição e em firmar acordo com autoridades americanas, já que assim ele teria chances de reduzir a pena em troca de informações. Nos EUA, ele é acusado de tráfico internacional entre 1989 e 2007 e de ser o mandante de pelo menos 15 homicídios.


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