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Presídio solta de forma ilegal acusado de ataque do PCC
Vagner Roberto da Silva foi preso em flagrante por tentativa de homicídio e, segundo a Justiça, não poderia ter sido liberado
Penitenciária de Marília libertou o preso com base em alvará de soltura por estelionato; juiz já expediu mandado de recaptura
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
A penitenciária de Marília libertou, na semana passada,
Vagner Roberto da Silva, preso
em flagrante, em maio, na mesma cidade, sob a acusação de
participar da primeira e mais
violenta onda de ataques da
facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) no Estado. Para a Justiça, a soltura
dele foi ilegal.
Por conta da suposta participação em um atentado, Silva é
réu em processo, por tentativa
de homicídio, na 3ª Vara Criminal do fórum de Marília (450
km de São Paulo).
Porém, ele teria sido libertado, segundo a direção da penitenciária, com base em alvará
de soltura referente a outro
processo, na 2ª Vara Criminal
da cidade, por estelionato.
A direção da unidade, por
meio da assessoria da Secretaria da Administração Penitenciária, alegou ontem, à Folha,
que havia consultado, por telefone, todas as varas criminais
do fórum da cidade antes de
decidir libertar o preso (leia
texto nesta página).
No entanto, ontem à tarde, a
Folha conversou com funcionários da 3ª Vara Criminal, que
pediram para não ter o nome
revelado. Os servidores, incluindo a diretora, negam que
tenham recebido telefonemas
relacionados ao processo.
O juiz da 3ª Vara Criminal,
Décio Divanir Mazeto, enviou
ontem um ofício à juíza-corregedora de presídios de Marília,
Renata Biagioni, requisitando
providências sobre o caso.
O juiz Mazeto também expediu mandado de recaptura do
acusado às polícias Civil e Militar. Até o início da noite de ontem, no entanto, Silva não havia sido encontrado.
O acusado foi detido em flagrante após um ataque a tiros a
um veículo da PM, em que foram usadas motos. Um policial
ficou ferido. A ação ocorreu em
14 de maio, no auge dos atentados cometidos pelo PCC.
O acusado foi localizado com
uma das motos usadas no ataque e teria tentado fugir por
uma rodovia que passa por Marília. A arma usada no crime,
segundo a polícia, foi localizada
próxima ao local da prisão, com
duas cápsulas disparadas.
Em 25 de agosto, a defesa de
Silva entrou com pedido de libertação. A Promotoria expediu parecer contrário, e o juiz
negou o pedido.
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