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Acusado vira professor da Academia da Polícia
O delegado André Di Rissio foi aprovado em concurso para ensinar "inquérito policial'
Processado pelos Ministérios Públicos Federal e Estadual por crimes como corrupção e contrabando, delegado nega as acusações
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Acusado de ter cometido
uma série de crimes, dentre os
quais falsidade ideológica, uso
de documentos falsos, descaminho, contrabando e corrupção ativa, o delegado André
Luiz Martins Di Rissio Barbosa
foi aprovado em um concurso
para ser professor da Academia
da Polícia Civil de São Paulo.
Ele vai lecionar a disciplina inquérito policial.
A nomeação do policial,
atualmente afastado, foi publicada pelo "Diário Oficial" do
Estado de ontem, no setor reservado às ações da Secretaria
da Segurança Pública. Di Rissio
é processado pelos Ministérios
Públicos Federal e Estadual.
Procurado, o secretário da
Segurança Pública, Ronaldo
Marzagão, não falou sobre a
aprovação. O delegado-geral da
Polícia Civil, Mário Jordão Toledo Leme, por sua assessoria,
afirmou que o diretor da academia da polícia, Marco Antonio
Desgualdo, terá de homologar a
aprovação.
Di Rissio não foi encontrado
ontem pela reportagem. Em
ocasiões anteriores, o delegado
e seus advogados negaram as
acusações feitas contra ele. Em
uma carta encaminhada no dia
11 de julho de 2006 ao site da
Associação dos Delegados do
Estado de São Paulo, o delegado afirmou: "Como é do conhecimento de todos, vi-me envolvido e denunciado por práticas
jamais adotadas, que repugno e
repulso com veemência".
Segundo a informação do governo de São Paulo, ele foi
aprovado com média 99 (de
100) e foi o primeiro dos cinco
aprovados para ensinar aos futuros policiais como deve ser
uma investigação dentro da lei.
No ano passado, Di Rissio
passou três vezes pelo Presídio
Especial da Polícia Civil, no Carandiru (zona norte). Em todas,
conseguiu o direito de responder aos processos em liberdade.
Em uma dessas passagens
pela prisão, ele saiu para ser internado 14 dias "em observação", entre outubro e novembro, no Hospital Alemão Oswaldo Cruz. À época, após a internação ser revelada pela Folha e ser investigada pela Procuradoria da República, Di Rissio voltou para a prisão.
Quando foi preso pela primeira vez, Di Rissio tinha um
apartamento de R$ 1 milhão no
Morumbi (zona oeste), andava
em um Jaguar blindado (tinha
dois deles) e também ostentava
uma coleção de Rolex e de jóias.
Na época, ele recebia um salário de R$ 7.000.
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