São Paulo, sexta-feira, 07 de setembro de 2007

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Em 15 dias, incêndios crescem 37,5% em SP

Incêndios crescem 60% em relação a mesmo período de 2006 em Ribeirão Preto

Índice de queimadas na região de Ribeirão Preto, que aumentou 60%, puxou o crescimento no Estado

DANIELLE CASTRO
DA FOLHA RIBEIRÃO

O número de focos de queimadas registrados nos últimos 15 dias na região de Ribeirão Preto foi quase 60% maior se comparado com mesmo período do ano passado. O índice puxou o crescimento dos focos no Estado, que ficou em 37,5% no período. O registro é feito pelos satélites do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que só apontam incêndios de grande áreas, como fogo em matas ou queima de canaviais.
Neste ano, a região colocou seis cidades entre as dez com maior quantidade de queimadas no Estado --no ano passado eram apenas três. No total, desde 23 de agosto foram detectados 2.854 focos em São Paulo contra os 2.075 dessa época em 2006. A região teve 945 incêndios contra os 602 do mesmo período de 2006.
Morro Agudo, com 90 focos, é a líder do ranking atual e também do anterior (veja quadro). Batatais, também presente nos dois rankings, caiu da 7ª para a 8ª posição, mas o número de casos cresceu de 22 para 30 de um ano para o outro, demostrando que a lista ficou mais "concorrida". Em Sertãozinho, o salto foi bem maior: o total de queimadas em 15 dias passou de seis em 2006 para 32 neste ano.
Segundo a Defesa Civil do Estado, o clima seco é o responsável pelo aumento dos focos - pelos dados do órgão, este tem sido o período menos chuvoso dos últimos três anos. "A estiagem está muito mais intensa neste ano do que ano passado. É perceptível como a região de Ribeirão está atingindo índices de umidade abaixo de 25% com muito mais freqüência", afirmou o meteorologista Edson Bastos.
O subtenente Deoclides Barbosa Leme, do Corpo de Bombeiros de Ribeirão, alerta para o fato de que o clima seco facilita a propagação do fogo em locais com mato. "Qualquer vento piora a situação, porque faz espalhar rápido e fica mais difícil de controlar", afirmou.
Ontem, os bombeiros passaram mais de três horas tentando apagar um incêndio em mata no Recreio Itanhangá. Por dia, a corporação tem atendido pelo menos 20 casos.
O pesquisador do Inpe Alberto Setzer, que coordena o monitoramento de queimadas, afirmou que o número de focos, considerando os oito primeiros meses do ano, diminui 15% no país, mas que isso varia de região para região.
"Há áreas em que isso fica mais concentrado", disse Setzer. Na área de Ribeirão, ele aponta a grande produção canaviera como um dos propulsores do aumento dos focos. Segundo ele, choveu de 25 mm a 50 mm menos que a média histórica em agosto e a temperatura subiu um pouco.
De acordo com a Defesa Civil, não há previsão de chuvas para a região nos próximos dias e a umidade deve continuar baixa. Por conta disso, a qualidade do ar deve piorar outra vez (leia nesta página). A umidade ontem chegou a 19% em Ribeirão, segundo dados da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental). Em Franca e São Carlos, a umidade mínima foi de 23% e 25%, diz o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
A temperatura no feriado deve ser alta e a previsão é de sol e muito calor. O Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos) aponta variações de 18ºC a 29ºC para Ribeirão e Franca amanhã. São Carlos e Araraquara também terão um sábado quente, com mínima de 16ºC e máxima de 30ºC.
A Secretaria de Defesa Civil Nacional alerta motoristas para que tomem cuidado no feriado com a possível baixa visibilidade causada por fumaça nas estradas e rodovias.


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