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Em 15 dias, incêndios crescem 37,5% em SP
Incêndios crescem 60% em relação a
mesmo período de 2006 em Ribeirão Preto
Índice de queimadas na região de Ribeirão Preto, que aumentou 60%, puxou o crescimento no Estado
DANIELLE CASTRO
DA FOLHA RIBEIRÃO
O número de focos de queimadas registrados nos últimos
15 dias na região de Ribeirão
Preto foi quase 60% maior se
comparado com mesmo período do ano passado. O índice puxou o crescimento dos focos no
Estado, que ficou em 37,5% no
período. O registro é feito pelos
satélites do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais),
que só apontam incêndios de
grande áreas, como fogo em
matas ou queima de canaviais.
Neste ano, a região colocou
seis cidades entre as dez com
maior quantidade de queimadas no Estado --no ano passado eram apenas três. No total,
desde 23 de agosto foram detectados 2.854 focos em São
Paulo contra os 2.075 dessa
época em 2006. A região teve
945 incêndios contra os 602 do
mesmo período de 2006.
Morro Agudo, com 90 focos,
é a líder do ranking atual e também do anterior (veja quadro).
Batatais, também presente nos
dois rankings, caiu da 7ª para a
8ª posição, mas o número de
casos cresceu de 22 para 30 de
um ano para o outro, demostrando que a lista ficou mais
"concorrida". Em Sertãozinho,
o salto foi bem maior: o total de
queimadas em 15 dias passou
de seis em 2006 para 32 neste
ano.
Segundo a Defesa Civil do Estado, o clima seco é o responsável pelo aumento dos focos -
pelos dados do órgão, este tem
sido o período menos chuvoso
dos últimos três anos. "A estiagem está muito mais intensa
neste ano do que ano passado.
É perceptível como a região de
Ribeirão está atingindo índices
de umidade abaixo de 25% com
muito mais freqüência", afirmou o meteorologista Edson
Bastos.
O subtenente Deoclides Barbosa Leme, do Corpo de Bombeiros de Ribeirão, alerta para o
fato de que o clima seco facilita
a propagação do fogo em locais
com mato. "Qualquer vento
piora a situação, porque faz espalhar rápido e fica mais difícil
de controlar", afirmou.
Ontem, os bombeiros passaram mais de três horas tentando apagar um incêndio em mata no Recreio Itanhangá. Por
dia, a corporação tem atendido
pelo menos 20 casos.
O pesquisador do Inpe Alberto Setzer, que coordena o monitoramento de queimadas,
afirmou que o número de focos,
considerando os oito primeiros
meses do ano, diminui 15% no
país, mas que isso varia de região para região.
"Há áreas em que isso fica
mais concentrado", disse Setzer. Na área de Ribeirão, ele
aponta a grande produção canaviera como um dos propulsores do aumento dos focos. Segundo ele, choveu de 25 mm a
50 mm menos que a média histórica em agosto e a temperatura subiu um pouco.
De acordo com a Defesa Civil,
não há previsão de chuvas para
a região nos próximos dias e a
umidade deve continuar baixa.
Por conta disso, a qualidade do
ar deve piorar outra vez (leia
nesta página). A umidade ontem chegou a 19% em Ribeirão,
segundo dados da Cetesb
(Companhia de Tecnologia de
Saneamento Ambiental). Em
Franca e São Carlos, a umidade
mínima foi de 23% e 25%, diz o
Inmet (Instituto Nacional de
Meteorologia).
A temperatura no feriado deve ser alta e a previsão é de sol e
muito calor. O Cptec (Centro
de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos) aponta variações de 18ºC a 29ºC para Ribeirão e Franca amanhã. São Carlos e Araraquara também terão
um sábado quente, com mínima de 16ºC e máxima de 30ºC.
A Secretaria de Defesa Civil
Nacional alerta motoristas para que tomem cuidado no feriado com a possível baixa visibilidade causada por fumaça nas
estradas e rodovias.
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