São Paulo, domingo, 07 de setembro de 2008

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ODÍVIA CARRANO DE ALBUQUERQUE (1912-2008)

A boa memória da professora de Recreio

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Odívia Carrano deixou ao todo sete filhos, 23 netos e 27 bisnetos. Não só se recordava de todos os aniversários, como ligava para cada um da família para dar os parabéns.
"Ela deve ter anotado tudo numa agenda", brinca o filho, impressionado com a boa memória da mãe.
Odívia era a matrona da família. Em janeiro último, pouco antes de completar 96 anos, perdeu um filho em Juiz de Fora (MG). Apesar da idade, fez questão de viajar e acompanhar o enterro. A melhor herança que se podia deixar, dizia, era a boa educação e formação dos filhos.
Nascida em Recreio (MG), formou-se professora em 1928. Dois anos depois, casou-se com um oficial da Marinha, que, anos antes, havia sido preso -e, posteriormente, se desligado da corporação- por ter se recusado a executar ordens de bombardear São Paulo durante uma agitação revolucionária em 1924.
Anistiado, o marido montou uma cerâmica. Em 1957, Odívia se aposentou, e o casal se mudou para o Rio para acompanhar os filhos nos estudos. Em 1978, ficou viúva.
Atualmente, após perder uma filha, morava com o neto e com o genro -que cuidou das contas de Carlos Drummond de Andrade. Foi amiga do poeta, com quem conversava sobre Minas.
No último dia 22, depois da caminhada diária pelo Leblon, sentiu-se um pouco indisposta. Deitou na cama e morreu tranqüilamente, aos 96 anos, no Rio.

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