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Pai e madrasta matam e esquartejam dois meninos
Corpos estavam em sacos em frente à casa da família em Ribeirão Pires (Grande SP); um dia antes, os garotos haviam sido ouvidos pela polícia e pelo Conselho Tutelar
KLEBER TOMAZ
JOÃO PEQUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
O pai e a madastra de dois garotos, de 12 e 13 anos, foram
presos ontem acusados de matá-los e esquartejá-los para tentar ocultar o crime. Os corpos
das duas crianças foram encontrados em sacos de lixo em
frente à casa da família, em Ribeirão Pires (Grande SP).
O crime, segundo a polícia,
ocorreu na noite de sexta -horas depois de as crianças serem
levadas à delegacia por um
guarda-civil que as encontrou
abandonadas na rua na noite
anterior. O conselho tutelar foi
acionado, mas as crianças foram devolvidas à família.
Segundo o guarda-civil José
Messias Santos, os meninos
Igor Giovani, 12, e João Vítor,
13, disseram ter sido expulsas
de casa pela madrasta. Desde
2005, há registro na polícia e no
Conselho Tutelar de denúncias
das crianças contra o casal por
negligência e maus-tratos.
A dona-de-casa Eliane Aparecida Rodrigues, 36, contou à
polícia que o marido, o vigia
João Alexandre Rodrigues, 40,
asfixiou as crianças com sacos
plásticos. Com medo do marido, ela ajudou a queimar as
crianças e, depois, os dois as esquartejaram com uma foice.
Os pedaços de corpos foram
encontrados por lixeiros. "A casa tinha cheiro de água sanitária e havia sangue no quintal",
disse o delegado Ailton Muniz.
O pai foi preso na manhã de
ontem ao voltar do serviço. Em
depoimento informal, ele negou o crime e culpou a mulher.
Segundo Eliane, o marido
brigou com os filhos depois que
eles foram levados de volta para
casa por guardas-civis e pela
conselheira tutelar Edna Aparecida Ribeiro Amante.
Eliane já havia sido condenada, em 2005, por maus-tratos.
Naquele ano, uma tia das crianças foi à polícia denunciar o casal por abandono. Dois anos depois, um novo BO -por desaparecimento.
Os dois irmãos ficaram em
um abrigo de 2007 a maio de
2008, segundo Ariel de Castro,
presidente do Conselho Nacional da Criança e do Adolescente. Para Ariel, a conselheira tutelar cumpriu a lei ao devolver
as crianças à família. "Não se
pode colocar as crianças no
abrigo toda vez que elas ficarem desabrigadas." A conselheira não foi localizada ontem.
Claudia Lopes dos Santos,
mãe biológica dos meninos, esteve ontem na delegacia. Ela,
que já tinha dois filhos de um
casamento anterior e mais dois
da relação atual, disse que deixou os meninos com o ex por
falta de condições financeiras.
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