São Paulo, domingo, 07 de setembro de 2008

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Pai e madrasta matam e esquartejam dois meninos

Corpos estavam em sacos em frente à casa da família em Ribeirão Pires (Grande SP); um dia antes, os garotos haviam sido ouvidos pela polícia e pelo Conselho Tutelar

KLEBER TOMAZ
JOÃO PEQUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

O pai e a madastra de dois garotos, de 12 e 13 anos, foram presos ontem acusados de matá-los e esquartejá-los para tentar ocultar o crime. Os corpos das duas crianças foram encontrados em sacos de lixo em frente à casa da família, em Ribeirão Pires (Grande SP).
O crime, segundo a polícia, ocorreu na noite de sexta -horas depois de as crianças serem levadas à delegacia por um guarda-civil que as encontrou abandonadas na rua na noite anterior. O conselho tutelar foi acionado, mas as crianças foram devolvidas à família.
Segundo o guarda-civil José Messias Santos, os meninos Igor Giovani, 12, e João Vítor, 13, disseram ter sido expulsas de casa pela madrasta. Desde 2005, há registro na polícia e no Conselho Tutelar de denúncias das crianças contra o casal por negligência e maus-tratos.
A dona-de-casa Eliane Aparecida Rodrigues, 36, contou à polícia que o marido, o vigia João Alexandre Rodrigues, 40, asfixiou as crianças com sacos plásticos. Com medo do marido, ela ajudou a queimar as crianças e, depois, os dois as esquartejaram com uma foice.
Os pedaços de corpos foram encontrados por lixeiros. "A casa tinha cheiro de água sanitária e havia sangue no quintal", disse o delegado Ailton Muniz.
O pai foi preso na manhã de ontem ao voltar do serviço. Em depoimento informal, ele negou o crime e culpou a mulher.
Segundo Eliane, o marido brigou com os filhos depois que eles foram levados de volta para casa por guardas-civis e pela conselheira tutelar Edna Aparecida Ribeiro Amante.
Eliane já havia sido condenada, em 2005, por maus-tratos. Naquele ano, uma tia das crianças foi à polícia denunciar o casal por abandono. Dois anos depois, um novo BO -por desaparecimento.
Os dois irmãos ficaram em um abrigo de 2007 a maio de 2008, segundo Ariel de Castro, presidente do Conselho Nacional da Criança e do Adolescente. Para Ariel, a conselheira tutelar cumpriu a lei ao devolver as crianças à família. "Não se pode colocar as crianças no abrigo toda vez que elas ficarem desabrigadas." A conselheira não foi localizada ontem.
Claudia Lopes dos Santos, mãe biológica dos meninos, esteve ontem na delegacia. Ela, que já tinha dois filhos de um casamento anterior e mais dois da relação atual, disse que deixou os meninos com o ex por falta de condições financeiras.


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