São Paulo, segunda-feira, 07 de setembro de 2009

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Metrô usa cor viva para "disfarçar" concreto

Linha amarela, que começa a operar em 2010, será pintada com cores berrantes para diminuir sensação de clausura

Nova estação terá túnel com esteiras rolantes de cem metros para que passageiro possa acessar a linha verde na região da av. Paulista

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

As estações da nova linha de metrô de São Paulo, que vai da Luz (centro) à Vila Sônia (zona oeste) e está prevista para começar a operar no primeiro semestre de 2010, vão ser pintadas com cores vivas e berrantes, como amarelo, verde e vermelho, para reduzir a sensação de confinamento e clausura.
Segundo o Metrô, a coloração será vista em toda a extensão da linha 4-amarela para disfarçar a "monotonia do concreto armado cinza" e dar mais profundidade e amplidão ao espaço.
Para trazer mais "leveza" às estações, também serão instalados mezaninos, como corredores suspensos, com escadas às plataformas para melhorar a distribuição de passageiros nas extremidades. A inspiração, afirma Ivan Piccoli, coordenador de projeto do Metrô, foi o sistema de Bilbao, na Espanha.
"O vermelho aplicado num elemento vertical acentua ainda mais a percepção de verticalidade daquele espaço. As cores são usadas para reforçar essa sensação ampla. São elementos que dão mais dimensão", diz.

Luz natural
Um exemplo desse condicionante arquitetônico é a nova estação Butantã. As áreas de acesso e circulação serão plenamente iluminadas pela luz natural por meio de coberturas vazadas e transparentes.
Nos vãos, a profundidade vai ser acentuada pelo vermelho pintado nas colunas verticais. As cores fortes vão ser vistas nos revestimentos e pisos de todas as estações, diz o Metrô.
"A iluminação e a ventilação naturais, que serão bastante empregadas, vêm contribuir pela busca do espaço subterrâneo que não tenha cara de espaço subterrâneo. Com isso, economizamos gastos com equipamentos para forçar a entrada do ar e reduzimos a iluminação artificial, que são bastante significativos em termos de consumo de energia", diz Piccoli.
Outra novidade na expansão do metrô é um túnel com esteiras rolantes de cem metros de extensão, com fechamento lateral em vidro iluminado, para ligar a linha 4-amarela com a linha 2-verde na estação Consolação, na avenida Paulista.
Todos os acessos serão feitos por escadas rolantes e as três hoje existentes serão trocadas por outras quatro novas.

Plataforma
Para diminuir o número de acidentes com usuários nos trilhos e suicídios no sistema, a nova linha 4-amarela terá também portas automáticas para isolar a plataforma do vão.
Já instaladas em Londres, Paris e Hong Kong, as portas de 2,5 metros de altura só se abrem no momento em que os vagões estiverem alinhados com elas.
O metrô transporta em São Paulo mais de 3 milhões de passageiros por dia e, apesar de levar menos da metade dos usuários do sistema de Nova York, por exemplo, é considerado um dos mais superlotados do mundo pela pequena extensão da malha, de 61 km. Nos horários de pico, o sistema paulistano chega a levar mais de nove pessoas por metro quadrado. O parâmetro de conforto considerado limite no mundo é de até seis passageiros no mesmo espaço.
Na Cidade do México, que tem o mesmo porte de São Paulo, o metrô começou a ser construído na mesma época, no final dos anos 1960, e hoje tem mais de três vezes a malha subterrânea paulistana.


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