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Metrô usa cor viva para "disfarçar" concreto
Linha amarela, que começa a operar em 2010, será pintada com cores berrantes para diminuir sensação de clausura
Nova estação terá túnel com esteiras rolantes de cem metros para que passageiro possa acessar a linha verde na região da av. Paulista
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
As estações da nova linha de
metrô de São Paulo, que vai da
Luz (centro) à Vila Sônia (zona
oeste) e está prevista para começar a operar no primeiro semestre de 2010, vão ser pintadas com cores vivas e berrantes, como amarelo, verde e vermelho, para reduzir a sensação
de confinamento e clausura.
Segundo o Metrô, a coloração
será vista em toda a extensão da
linha 4-amarela para disfarçar
a "monotonia do concreto armado cinza" e dar mais profundidade e amplidão ao espaço.
Para trazer mais "leveza" às
estações, também serão instalados mezaninos, como corredores suspensos, com escadas
às plataformas para melhorar a
distribuição de passageiros nas
extremidades. A inspiração,
afirma Ivan Piccoli, coordenador de projeto do Metrô, foi o
sistema de Bilbao, na Espanha.
"O vermelho aplicado num
elemento vertical acentua ainda mais a percepção de verticalidade daquele espaço. As cores
são usadas para reforçar essa
sensação ampla. São elementos
que dão mais dimensão", diz.
Luz natural
Um exemplo desse condicionante arquitetônico é a nova
estação Butantã. As áreas de
acesso e circulação serão plenamente iluminadas pela luz natural por meio de coberturas
vazadas e transparentes.
Nos vãos, a profundidade vai
ser acentuada pelo vermelho
pintado nas colunas verticais.
As cores fortes vão ser vistas
nos revestimentos e pisos de
todas as estações, diz o Metrô.
"A iluminação e a ventilação
naturais, que serão bastante
empregadas, vêm contribuir
pela busca do espaço subterrâneo que não tenha cara de espaço subterrâneo. Com isso, economizamos gastos com equipamentos para forçar a entrada
do ar e reduzimos a iluminação
artificial, que são bastante significativos em termos de consumo de energia", diz Piccoli.
Outra novidade na expansão
do metrô é um túnel com esteiras rolantes de cem metros de
extensão, com fechamento lateral em vidro iluminado, para
ligar a linha 4-amarela com a linha 2-verde na estação Consolação, na avenida Paulista.
Todos os acessos serão feitos
por escadas rolantes e as três
hoje existentes serão trocadas
por outras quatro novas.
Plataforma
Para diminuir o número de
acidentes com usuários nos trilhos e suicídios no sistema, a
nova linha 4-amarela terá também portas automáticas para
isolar a plataforma do vão.
Já instaladas em Londres,
Paris e Hong Kong, as portas de
2,5 metros de altura só se
abrem no momento em que os
vagões estiverem alinhados
com elas.
O metrô transporta em São
Paulo mais de 3 milhões de passageiros por dia e, apesar de levar menos da metade dos usuários do sistema de Nova York,
por exemplo, é considerado um
dos mais superlotados do mundo pela pequena extensão da
malha, de 61 km. Nos horários
de pico, o sistema paulistano
chega a levar mais de nove pessoas por metro quadrado. O parâmetro de conforto considerado limite no mundo é de até seis
passageiros no mesmo espaço.
Na Cidade do México, que
tem o mesmo porte de São Paulo, o metrô começou a ser construído na mesma época, no final dos anos 1960, e hoje tem
mais de três vezes a malha subterrânea paulistana.
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