São Paulo, quarta-feira, 07 de setembro de 2011

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Até alarme extra foi desligado em assalto

Sistema especial de proteção a sala onde 170 cofres particulares foram roubados em agência do Itaú não funcionou

Polícia diz ter 'noção' de quem são os ladrões que ficaram dez horas em banco da Paulista sem serem incomodados

ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO
JOSMAR JOZINO
DO "AGORA"

Todo o sistema de alarme do Itaú, inclusive o que protege a sala dos cofres particulares do banco, foi desligado antes da ação de ladrões que invadiram a agência da avenida Paulista e levaram milhões em joias e dinheiro.
Doze homens passaram cerca de dez horas no local sem serem incomodados. Mantendo os vigias reféns, abriram 170 cofres particulares dos 2.400 existentes numa sala especial do subsolo.
Não há estimativa do montante levado porque só clientes sabem o que há dentro desses cofres. Uma vítima que procurou a polícia diz ter perdido R$ 3 milhões em joias.
O desligamento dos alarmes é possível, diz a a polícia, apenas por meio de uma central de monitoramento que fica distante da agência. Uma hipótese com a qual os investigadores trabalham é a seguinte: com informações privilegiadas, a quadrilha pode ter conseguido enviar uma falsa comunicação sobre a realização de obras na agência -na ação, o grupo vestia roupas de operários.
Apesar de o crime ter ocorrido entre os dias 27 e 28 de agosto, só no fim da tarde de anteontem o departamento especializado em apurar roubo a banco assumiu o caso.
Ontem, policiais do setor passaram o dia analisando as imagens do circuito interno da agência bancária a fim de tentar identificar os suspeitos. Eles não usavam máscaras. Parte dos equipamentos de câmeras foi quebrada. Os investigadores dizem já "ter noção" de quem participou do assalto aos cofres.
O caso foi registrado pelo banco no dia 28 de agosto no 78º DP (Jardins). Segundo policiais, o Itaú deveria ter procurado o departamento de roubo a bancos -as agências têm acesso direto ao órgão.
O registro no DP de bairro é visto como uma tentativa do banco de abafar o caso. Por nota, o Itaú informou que não faz comentários a fim de proteger o sigilo bancário dos clientes e, também, não prejudicar as investigações.


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